Governo do DF ordena que policiais usem a violência contra professores
Professores da rede pública de ensino do Distrito Federal foram agredidos pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar, a mando do governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), nesta quarta-feira (28). Cerca de 400 servidores públicos, a maioria educadores, protestavam contra o governo pelo não pagamento do reajuste salarial, aprovado por lei para a categoria, quando foram agredidos com balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo.
Publicado 29/10/2015 13:03

Os manifestantes interditaram as saídas Sul e Norte do Eixo Monumental de Brasília, simultaneamente, interrompendo o trânsito de veículos. Quatro professores e dois rodoviários foram detidos durante a manifestação e levados à 1ª DP algemados e com ferimentos provocados pelos policiais, o que gerou mais protestos. Trabalhadores fecharam os acessos da rodoviária do Plano Piloto em repúdio às detenções.
Testemunhas contam que a polícia chegou atirando com balas de borracha e usando spray de pimenta, causando tumulto e desespero, inclusive nas pessoas que estavam nos carros parados por conta do ato.
Segundo o diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Júlio Barros, a manifestação tinha o objetivo de denunciar à sociedade o descaso do governador com a educação e fazer com que o mesmo apresentasse uma proposta respeitosa e justa em assembleia.
O reajuste dos professores foi aprovado em lei no ano passado, para ser pago em três parcelas. A primeira deveria ter sido paga em setembro e as demais, em novembro e dezembro deste ano. No entanto, numa assembleia na terça-feira (27), com a categoria, Rollemberg propôs o pagamento do reajuste somente para outubro do ano que vem. Os servidores recusaram a proposta, considerada absurda, e decidiram seguir com a paralisação.
Apesar da Justiça considerar a greve ilegal, cerca de 30 mil servidores, entre médicos, técnicos, auxiliares, especialistas em saúde e odontologistas decidiram voltar às atividades somente quando houver uma proposta satisfatória às categorias.
O servidor público e presidente da CTB/DF, Aldemir Domício, declarou que a central é solidária aos professores e repudiou a atitude truculenta do governador. “No momento em que deveríamos estar comemorando o Dia do Servidor Público, nos deparamos com a imposição de um governo autoritário, que usa da força policial para impor sua linha política contra os trabalhadores e a população do DF. A CTB esteve presente em todos os atos dos servidores e apoia a luta da classe, defendendo uma política de justiça para estes trabalhadores”, declarou Aldemir.