Publicado 04/12/2015 08:56 | Editado 04/03/2020 17:16
"Os de fora, porém, Deus os julgará.
Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor" (Paulo aos Coríntios 5:13).
Um amigo meu afirmou: “a Lava-Jato quer pegar o Lula, esse é o objetivo impublicável. Mas essa sanha insana e infundada tem criado subprodutos inesperados; ela [a Lava-Jato] tem revelado à sociedade que boa parte dos políticos, com e sem mandato, muitos deles no PMDB e do PSDB tem ou terão problemas sérios com a Justiça” e completou: “há um sentimento de ira deles contra Dilma por parte desses malfeitores, pois ela de forma republicana não interferiu em nada para impedir que as investigações chegassem a quem quer que seja; eles esperavam que ela os protegesse…”, noutras palavras a conduta republicana da presidente estaria sendo um elemento de unificação dos malfeitores travestidos de políticos, empresários e banqueiros.
Interessante o raciocínio… Evidentemente as forças do mal caminham solidárias, mas não há apenas malfeitores no mundo… Na politica, no mundo empresarial e no mundo financeiro, ao contrário, creio que há mais brasileiros honrados e honestos, patriotas do que canalhas da estirpe de Eduardo Cunha e outros herdeiros da UDN, assim como acredito que a sociedade em movimento cidadanista é o centro de gravidade do desenvolvimento social e econômico, é o centro de onde emerge a verdadeira justiça.
Por isso é chegado o momento das escolhas, o momento de separar o joio do trigo, como na parábola que o Padre Geraldo Azevedo nos ensinou, a mim e a minha irmã Roberta durante a preparação para a Primeira Comunhão. Vamos relembrar essa parábola… Na parábola do joio (Mateus 13:24-30), um homem de bem plantou sementes de trigo no seu campo, mas o inimigo plantou joio no mesmo campo. Uma vez que o trigo e o joio começaram a crescer juntos, sugeriram ao homem que ele arrancasse o joio. Mas ele decidiu não fazê-lo, ele deixou o joio crescer junto com o trigo até a colheita, quando o trigo foi recolhido e o joio foi queimado. O momento é de colheita, o momento é de queimar o joio.
Os honestos são como o trigo e os desonestos o joio, é possível eles conviverem por algum tempo, pois "o campo é o mundo" (Mateus 13:38), mas é chegado o momento de o joio ser arrancado e queimado, aliás, Paulo instruiu a igreja dos coríntios sobre como resolver o problema de imoralidade na sociedade de então.
E arrancar o joio nesse momento significa apoio irrestrito à democracia, apoio às instituições, apoio irrestrito a Dilma Rousseff presidente a quem foi conferido democraticamente um mandato popular e porque as razões do pedido de impeachment são fundadas em interesses impublicáveis e regadas a ressentimentos pessoais e projetos pessoais de discutível idoneidade, além, naturalmente, de serem no mérito inconsistentes e improcedentes as razões do pedido.
Pedro Benedito Macie´Neto é advogado e escritor