Protagonismo dos trabalhadores é reforço contra a crise
Os presidentes da Central Única de Trabalhadores (CUT) e da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), respectivamente, Vágner Freitas e Adilson Araújo, afirmaram em conversa, na semana passada com o Portal Vermelho, que o caminho para o Brasil é a retomada do crescimento e não a agenda do impeachment.
Por Railídia Carvalho
Publicado 06/12/2015 15:12

O lançamento do movimento Compromisso pelo Desenvolvimento – O Brasil é maior que a crise, acontecido dia 3, organizado pelas centrais, coincidiu com o acolhimento pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Roussef.
Adilson chamou a postura de Cunha de “imoral” e destacou que o movimento sindical tendo uma leitura estratégica sobre o debate se antecipou na articulação entre as forças produtivas do Brasil para combater a crise.
“Com maturidade política o movimento constituiu um manifesto para desatar os gargalos estruturais, retomar os investimentos produtivos e gerar emprego e renda. Isso vai dar motivação à nossa causa” explicou Adilson.
Segundo ele do outro lado, o presidente da câmara “advoga a defesa de uma agenda conservadora e repressiva que desrespeita o resultado das urnas. É um atentado à democracia”, comparou o presidente da CTB.
“Tivemos um período nesses 12 anos em que impulsionamos a cadeia produtiva com taxas de crescimento que permitiram um longo período de pleno emprego e de acordo salariais que, em sua maioria, garantiu reajustes acima da inflação e aumento real do salário. Para recuperarmos esse período é preciso enfrentar a crise política com uma agenda positiva”, reforçou Adilson.
Vágner Freitas afirmou que o movimento Compromisso pelo Desenvolvimento demonstra a maturidade do movimento sindical brasileiro. “Temos matizes de pensamentos diferentes mas nos unificamos para defender os interesses dos trabalhadores. E nesse processo é importante que uma parte do setor empresarial também tenha entendido isso”, destacou Vagner.
Para ele a agenda da operação Lava Jato e do impeachment paralisam o Brasil e não interessa àqueles que estão formalizando um documento pela retomada do crescimento.
“Temos condições de mudar a pauta com muita discussão e diálogo. Esta foi a iniciativa das centrais apoiada por setores do empresariado. Essa mudança não vai se dar com a agenda do retrocesso proposta pelo presidente da Câmara”, ressaltou Vagner.