Mulheres ainda ganham menos que os homens mas percentual decresce
Lúcia Rincón, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), analisa os dados, publicados nesta terça(14), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), e percebe uma queda na desigualdade.
Por Railídia Carvalho
Publicado 14/12/2015 19:54

As estatístcias do PNUD apontam que no mundo, em atividades remuneradas, as mulheres ganham, em média, 24% menos do que os homens. Na América Latina e Caribe, elas ganham 19% menos e é rara a presença em cargos superiores de gestão.
De acordo com Lúcia, alguns dados já apontaram uma diferença que variava entre 25% a 40% nas taxas de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Ainda assim, ela é cautelosa e defende que se faça um cruzamento de dados para que a tendência seja confirmada.
“De qualquer maneira é preciso atribuir qualquer avanço do ponto de vista de muita luta das mulheres, da sociedade no campo da política e no campo jurídico também”, disse Lúcia.
Segundo ela, o avanço nos dados anima as mulheres na militância do dia a dia. “Mesmo com as conquistas ainda é muito desigual. A mulher precisa estudar oito anos a mais que o homem para ocupar postos de poder”, ressaltou Lúcia.
Por esse motivo, a dirigente aponta as várias frentes de luta, entre elas a estratégica luta no campo jurídico. “Se consegue igualdade na lei consegue na vida. Mas a aprovação de uma lei exige um estágio anterior de lutas nas ruas, no legislativo, na frente sindical, na propaganda”, avaliou.
Lúcia alertou ainda para o período de instabilidade política no Brasil com o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff tramitando na câmara dos deputados.
“Os avanços que conseguimos só foram possíveis em uma sociedade democrática. A estratégia do capital tem ameaçado os direitos das mulheres no mundo inteiro e também no Brasil“, reiterou.