Síria: Guerra e população, uma dramática realidade
Antes da atual crise, a população total da Síria aproximava-se de 23 milhões de habitantes, com uma estabilidade econômica e social que a convertia entre as nações de maior desenvolvimento no Oriente Médio.
Por Pedro Garcia Hernandez, na Prensa Latina
Publicado 24/12/2015 19:02
Os mais recentes dados do Escritório Central de Estatísticas (OCE), em Damasco, sem entrar em detalhes financeiros ou econômicos, estimam agora a população no país com não mais que 19 milhões de pessoas.
Nessas estimativas, os cálculos mais objetivos assinalam que 75% da população se situa em zonas controladas pelo Governo central e somente cerca de 25% em regiões sob o assédio e a ocupação de diversos grupos terroristas.
A isto se soma que há mais de quatro milhões de refugiados, provisoriamente estabelecidos em nações vizinhas como Líbano, Turquia ou Jordânia ou em trâmites dramáticos para prosseguir viagem para a Europa.
Essa diáspora inclui mais de 20% de mulheres ou crianças menores de cinco anos, de acordo com as estimativas compiladas de diversas fontes e os demais jovens e profissionais, cujos postos trabalhistas deixaram de existir como resultado de uma brutal guerra imposta.
A OCE indica que anualmente ao mercado de trabalho sírio chegam cerca de 300 mil pessoas e que nas condições atuais não há forma de situá-los ante os níveis de destruição da infraestrutura econômica e social pelos indiscriminados ataques terroristas e bloqueio do Ocidente, entre outras causas.
Os níveis de desemprego superam agora 50% da população economicamente ativa, algo jamais visto nesta nação do Oriente Médio.
Tudo isto, de acordo com as avaliações da instituição, se unem à evidente baixa natalidade no país e à situação bélica imposta, sobretudo a partir do exterior e que impediu, inclusive, a realização de um censo populacional em 2014.