Ucrânia viola trégua e bombardeia território rebelde

As Forças Armadas da Ucrânia violaram os acordos de paz de Minsk e bombardearam regiões da República Popular de Donetsk (RPD), segundo informações do Ministério de Defesa do território rebelde.

Ucrânia blindado

Nas últimas 24 horas, os militares a serviço de Kiev realizaram 122 disparos de morteiros, veículos de infantaria motorizada, vários tipos de lança-granadas e outras armas de menor calibre, explicaram as fontes.

A Agência de Notícias de Donetsk (AND) apontou que as regiões atacadas foram a vila de Zaitsevo, no subúrbio de Gorlovka e Kominternovo, o sul da região de Donbass (sudeste da Ucrânia).

Outras áreas atingidas foram os povoados de Dokutchaievsk, Iasinovataya, Jabitchevo, Spartak e Vessieloie, bem como setores do aeroporto, informou-se.

O Ministério de Defesa da RPD revelou na Internet uma lista de militares a serviço das autoridades ucranianas que chegaram ao poder depois do golpe de Estado de 22 de fevereiro de 2014, que são acusados de cometer crimes de guerra em Donbass.

Por ordem desses oficiais ucranianos registram-se reiterados bombardeios contra localidades próximas à linha de divisão, destrói-se a infraestrutura da RPD e morrem civis, informou a AND.

A Rússia, por sua vez, solicitou aos Estados Unidos que pressione o governo ucraniano para que cumpram os compromissos assinados na capital da Belarus, com os representantes rebeldes em 12 de fevereiro de 2015 (Minsk-2).

"Gostaríamos de acreditar que nossos colegas estadunidenses trabalharão com firmeza com Kiev", expressou o vice-chanceler russo Grigori Karasin ao referir-se à recente visita a Moscou do chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry.

Karasin reiterou que as eleições na República Popular de Lugansk e na RPD, no primeiro semestre do ano em curso, dependem da vontade política dos governantes ucranianos e foi enfático na advertência de que sem a incorporação dos rebeldes ao processo de paz nenhum acordo funcionará.

Em 13 de janeiro último, em uma reunião do denominado Grupo de Contato para o acordo deste conflito (representantes de Kiev e das insurgentes RPD e RPL, com a Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa como observadores) acordaram restabelecer um cessar-fogo desde a meia-noite de 14 de janeiro.

No entanto, as autoridades dos territórios insurgentes e as forças de Kiev mobilizadas desde abril de 2014 na repressão contra os moradores dessas zonas rebeldes acusam-se reiteradamente de violações do regime ao qual denominam "de silêncio".