Polisário: Desejo por independência do Saara Ocidental é irrenunciável
As aspirações por independência do povo saarauí são irrenunciáveis e têm como suporte seu direito à autodeterminação e a solidariedade mundial, afirmou nesta terça-feira (14) em Nova York o representante da Frente Polisário, Ahmed Bukhari.
Por Waldo Mendiluza, na Prensa Latina
Publicado 14/06/2016 19:10

Em declarações à Prensa Latina, a propósito da retomada das sessões de 2016 do Comitê Especial de Descolonização das Nações Unidas, ocorrida na segunda-feira (13), o diplomata descartou que as pressões e manobras do Marrocos, a potência ocupante, consigam frear essa determinação.
"O povo do Saara Ocidental está decidido a manter a luta por sua independência, custe o que custar", enfatizou.
Segunda, o Comitê integrado por 29 países iniciou duas semanas de trabalho, que incluem a análise sobre a situação da última colônia no continente africano.
De acordo com Bukhari, a primeira jornada do foro desmascarou a tática marroquina de obstaculizar o trabalho do órgão criado em 1961 pela Assembleia Geral, para impulsionar o cumprimento de sua resolução 1514 de 1960, um chamado à autodeterminação dos povos colonizados.
O que é pior ainda, o Reino – que ocupa o Saara Ocidental desde 1975 – pretende forçar mudanças nas resoluções da Assembleia sobre o conflito, em particular na questão das partes e a representação, afirmou.
O embaixador marroquino ante a ONU, Omar Hilale, tentou no Comitê Especial de Descolonização impor como representantes do povo saarauí pessoas alinhadas a Rabat, mas o presidente do órgão, o embaixador venezuelano Rafael Ramírez, recordou que esse direito só corresponde à Frente Polisário.
Bukhari reconheceu a importância do Comitê na busca de negociações que levem a garantir por vias pacíficas a autodeterminação saarauí.
Além disso, destacou o respaldo mundial a essa causa, que tem em vários Estados da América Latina fortes defensores.
"Há repúdio ao fato de que um país africano queira colonizar outro, e vemos com agradecimento que Cuba, Venezuela, Nicarágua e outras nações latino-americanas demonstrem um apoio que vai além do diplomático, porque resulta da solidariedade e da fraternidade", sublinhou.