Natal marcado por greves no Reino Unido

Trabalhadores das ferrovias, empresas aéreas e dos correios entram em greve no período natalino no Reino Unido. Os motivos das greves vão desde salários a condições de trabalho.

Theresa May

Tripulantes da British Airways decidiram entrar em greve por seus salários. Embora as datas ainda não tenham sido divulgadas, a greve pode começar na sexta-feira, 21 de dezembro.

Ao mesmo tempo, o serviço público de correios Post Office, anunciou cinco dias de greve a partir de segunda-feira.

A mobilização dos trabalhadores ferroviários levou a elite do país a tentar reconsiderar as leis. Defendem punições aos trabalhadores e aos sindicatos que violarem leis cada vez mais restritivas, como a que exige dos sindicatos uma participação de 50% dos trabalhadores quando uma greve é votada.

"Já aprovamos uma lei para proteger melhor as pessoas das greves antidemocráticas, e revisaremos se estas medidas estão funcionando na prática", disse a porta-voz de May.

A greve ferroviária é motivada pelo plano da companhia de eliminar o encarregado de abrir e fechar as portas dos vagões e transferir aos condutores esta responsabilidade.

A Southern Rail alega que não haverá demissões e que os que faziam este trabalho passarão a fazer outro, mas os sindicatos afirmam que a medida colocará em risco a segurança dos passageiros.

O conflito pode se estender a outras linhas ferroviárias porque o sindicato RMT afirmou que outras empresas operadoras pretendem copiar a ideia da Southern Rail.

Nos aeroportos, 2 mil tripulantes da British Airways votaram por entrar em greve para exigir um aumento de salário. O sindicato Unite afirma que funcionários contratados a partir de 2010 têm salários tão baixos que precisam dormir em seus carros entre os voos.

"Uma parte significativa dos funcionários têm dois empregos, e muitos vão trabalhar sem estar em condições de voar porque não podem se permitir ficar doentes", explicou Matt Smith, do Unite.

Andy Furey, subsecretário do sindicato CWU, explicou que a greve nos correios responde à pretensão de privatizar o serviço, classificando-a de ataque sem precedentes às pensões e à segurança trabalhista.