Os melhores jogos pan-americanos da história

Os 15º Jogos Pan Americanos foram uma festa, com recorde de medalhas, novos ídolos no imaginário dos brasileiros, diminuição da violência no Rio de Janeiro, logística e infraestrutura funcionando a despeito da torcida contrária da mídia conservadora, e a declaração do mexicano Mario Vásquez Raña de terem sido ''os melhores Jogos Pan-Americanos da história''. Opinião valorizada pelo fato de que Raña é nada mais nada menos do que o presidente da Organização Desportiva Pan-americana (Odepa).

Mas, encerrados, a grande imprensa volta outra vez à carga, com o mesmo ''complexo de vira-latas'' de sempre. Deixa de lado os méritos e os ganhos e recomeça a ladainha depreciativa para desvalorizar o Brasil e desqualificar o governo. O editorial da Folha de S. Paulo de 31 de julho é um exemplo, alinhavando argumentos para minimizar o feito e relativizar o pleito brasileiro para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Fica a impressão de que o autor do editorial não lê o próprio jornal onde escreve: a própria Folha reproduz manchetes de jornais estrangeiros que desmentem aquelas teses. The New York Times: ''Brasil tem nota de aprovação'', e reconhece que ''o Rio estava preparado para os Jogos Pan-Americanos''. Washington Post: ''Rio de olho em coisas maiores''. El País: ''Brasil encerra os melhores Pan-Americanos da história''. E assim por diante.

Visto pelo lado esportivo propriamente dito, o desempenho dos atletas brasileiros também foi o melhor da história.

No total, foram 161 medalhas, sendo 54 de ouro. O Brasil ganhou medalhas em 41 das 47 modalidades disputadas, com aproveitamento de 88%. Além disso, conseguiu classificar 10 modalidades e 96 atletas para os jogos Olímpicos de Pequim 2008.

No quadro de medalhas, o Brasil terminou em terceiro lugar, atrás de EUA e Cuba e à frente do Canadá. Os atletas brasileiros conseguiram ultrapassou a marca de 100 medalhas em 1999, nos jogos de Winnipeg, com 101; em 2003, em Santo Domingo, chegou a 123.

No total, desde que os jogos foram iniciados, em 1951, o Brasil já conquistou 927 medalhas; 284 (30% do total) vieram dos jogos de Santo Domingo e Rio de Janeiro, realizados durante o governo Lula.

Este sucesso reflete a política esportiva dirigida pelos comunistas Agnelo Queiroz e Orlando Silva Jr. no ministério do Esporte, e os fortes investimentos feitos pelo governo federal. A aplicação dos recursos da Lei Agnelo-Piva permitiu a melhor preparação dos atletas brasileiros na história. Ao longo desses quatro foram criadas 30 equipes olímpicas permanentes, com 710 atletas. Atualmente, 14 modalidades possuem centros de treinamento.

Há uma lição a tirar do Pan. A de que o Brasil e seu povo, com suas peculiaridades, qualidades e defeitos, e sua forma própria de encarar e resolver seus desafios, parecem melhores do que a imprensa que o grande capital publica no país. Imprensa que se caracteriza pelo pessimismo e pela descrença na capacidade dos brasileiros.