As acusações à Venezuela e ao Equador devem ser rechaçadas

Os círculos imperialistas, ajudados pelos grandes meios de comunicação, estão montando uma nova farsa contra a Venezuela e o Equador, […]

Os círculos imperialistas, ajudados pelos grandes meios de comunicação, estão montando uma nova farsa contra a Venezuela e o Equador, a fim de fabricar uma crise nesses países, confrontar os respectivos governos com a opinião pública e criar obstáculos às suas relações diplomáticas em nível regional, que têm alcançado assinalados avanços nos últimos meses.

A nova montagem é um famigerado “Dossiê das Farc”, elaborado a partir de uma chamada análise de inteligência de informações supostamente coligidas e sistematizadas após a operação militar que em 2008 assassinou Raúl Reyes, um dos comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Depois de matar o revolucionário, os esbirros a serviço do regime terrorista colombiano, à época sob a direção do ex-presidente Uribe Vélez, teriam capturado o computador de Reyes, de onde supostamente foram extraídas as informações que basearam o dossiê.

Preparado e divulgado por uma organização que atende pelo pomposo e pretensioso nome de Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IIES), de Londres, o dossiê acusa os governos da Venezuela e do Equador, mas principalmente o país governado pelo líder anti-imperialista Hugo Chávez, de terem usado as Farc para obter dividendos políticos num período de crescentes tensões com a Colômbia.

O principal autor do dossiê, James Lockhart Smith, aponta seu dedo acusador para o líder da Revolução Bolivariana, que teria feito do apoio à organização insurgente colombiana uma “política de Estado”. É a senha para entregar o dirigente venezuelano à perseguição dos novos Torquemadas, que estão transformando o assassinato de adversários políticos num método vulgar, baseado em acusações falsas amplificadas pela mídia.

Não é à toa que os detratores de sempre dos processos revolucionários latino-americanos tiram conclusões apressadas deblaterando contra o “caráter não confiável” de Chávez e sobre o sentido desestabilizador de suas ações na América do Sul, como pretende O Globo em editorial desta quinta (12).

É exatamente por isso que o dossiê desce a detalhes, como o de afirmar que a Venezuela ofereceu apoio logístico, político, territorial, migratório e financeiro às Farc e que a organização insurgente teria sido demandada a dar treinamento a milícias pró-Chavez, depois da intentona golpista e de magnicídio encetada em 2002 pela direita venezuelana mancomunada com os Estados Unidos. Contra o presidente equatoriano Rafael Correa, o relatório difunde a acusação de que este teria recebido da guerrilha colombiana US$ 400 mil durante a campanha eleitoral de 2006.

Ao que se saiba, nada é dito desta vez sobre o Brasil, mas a mídia venal divulgou à época do atentado que matou Reyes informações que atestariam os laços do governo do ex-presidente Lula e do PT com as Farc, peremptoriamente negadas por seus líderes.

Em boa hora, os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa, vieram a público no mesmo dia em que foram divulgadas as mentiras do IIES, para dizer que estão sendo vítimas de uma campanha para desmoralizá-los perante a comunidade internacional. A declaração foi seguida por uma ordem à Embaixada da Venezuelana no Reino Unido para que enviasse um comunicado ao governo inglês e ao IIES rechaçando o relatório do instituto. Rafael Correa, por intermédio do ex-ministro da Segurança Miguel Carvajal, também rebateu a conclusão do estudo.

Não cabem dúvidas de que estamos diante de uma provocação. O aludido relatório, explorado como está, pode tornar-se parte uma ferramenta de propaganda agressiva contra a Venezuela e o Equador com o objetivo de minar o progresso da região, a unidade latino-americana e o avanço das conquistas revolucionárias nos dois países.

A nova campanha instrumentalizada a partir do dossiê do instituto londrino mostra que a Revolução Bolivariana venezuelana, a Revolução Cidadã equatoriana e os demais processos antiimperialistas que se desenvolvem em toda a América Latina continuam no alvo de uma ofensiva do imperialismo e as classes dominantes internas. A solidariedade das forças progressistas da região é mais do que nunca necessária para desmascarar os planos imperialistas e defender as conquistas democráticas dos povos irmãos.