Quem prorrogou a Zona Franca de Manaus?
Se a Zona Franca de Manaus (ZFM) fosse apenas um projeto econômico talvez ela tivesse sido implantada no Nordeste, região populosa e de acentuada pobreza.
A ZFM é um projeto geopolitico, que visa o andensamento do espaço te
Publicado 20/06/2006 17:23
Só pode se viabilizar como politica de Estado, pois demanda elevados investimentos em infraestrutura e renúncia fiscal – para compensar as empresas pela distância dos mercados consumidores e dos fornecedores de componentes.
Sua missão original era substituir a importação de produtos eletroeletrônicos e abastecer o mercado interno. A distância do Sudeste era um fator limitante.
Com a evolução das exportações sua localização passa a ser uma vantagem e não uma desvantagem. Os maiores consumidores mundiais, assim como os fornecedores de componentes, estão mais perto da Amazônia do que de São Paulo, por exemplo. E com a crescente instalação de fábricas de componentes na ZFM essa última limitação será rapidamente superada.
A consolidação, porém, leva tempo, especialmente numa região sem tradição industrial. Daí a importância de sua prorrogação até 2023, momento em que, acredito, a ZFM não só não terá desvantagens, mas vantagens comparativas a oferecer.
Sabendo que a defesa da ZFM é a única coisa no Amazonas que une do PCdoB ao PFL, porque, então, a ZFM não foi prorrogada no governo FHC? Condições melhores não podia haver. O líder do governo no Congresso era um Deputado do Amazonas; o governador igualmente era aliado do presidente e a bancada parlamentar sempre esteve unida na defesa do projeto.
Por que, então, não houve a prorrogação?
Porque o neoliberalismo privilegia o capital financeiro e abomina política de incentivos fiscais. Sob essa ótica, projetos como a ZFM representam uma anomalia.
Eis a razão pela qual a ZFM não só não foi prorrogada no Geverno FHC, como o seu Conselho de Administração – que aprova os projetos – foi sistematicamente esvaziado, só se reunindo exporádicamente.