Oráculo: O encontro dos Quilombolas

Intenção era  juntar a juventude negra, periférica, junto com a juventude Quilombola do Vale do Ribeira-sp, para discutir questão racial, movimento social e as questões mais cruciais como: O povo na Universidade, Escola com qualidade, inserção no trabalho e a violência.

Um evento de formação política, evento como esse não podia ficar de fora, de jeito nenhum, a Nação e o hip hop tinha que estar de qualquer jeito.

Sem contar, que a periferia de hoje é um grande quilombo, quilombo urbano, apesar do bombardeio do sistema, enfiando por guela a baixo, o individualismo, reprimindo os costumes culturais, expressões da juventude negra, essa junção do povo da cidade, com a comunidade quilombola, seria sem dúvida nenhuma, histórica a atividade, mais afirmo, como Zafrica Brasil , que antigamente quilombo, hoje periferia.

Estavamos em Rio Claro-sp ,na quinta- feira, sem um puto no bolso, fizemos uma reunião rápida e decidimos, vamos acordar cedo, ir pra estrada pegar carona, pra chegar até campinas, aonde de campinas sairia um busão. para o encontro, esse foi o encaminhamento, vamo que vamo, na pegada de guerrilha mesmo, na pegada de mosntro.

Mó sorte, logo de manhã fizemos um gato, em poucas horas chegamos em Campinas, junto com a rapa que estava indo pra atividade.

O evento foi no município de Eldorado, região sul do estado de SP, quase divisa do Paraná, mais conhecido como Vale do Ribeira, na comunidade de Ivaporanduva, o lugar muito loco.

Natureza, comunidade, humildade e uma receptividade que são características do interior e das áreas rurais, nós da cidade perdemos isso, por motivos que disse anteriormente.

O evento teve uma mesa de abertura para saudar os participantes e logo na seguida começou o Sarau, ó nois já envolvido, rolou poesias e já envolvi um beat Box no moio.

O Samba a noite em um butequinho, foi a festa, sambas como da Clementina de Jesus, Adorinan Barbosa, Geraldo Filme, Paulinho da viola, Mestre Bezerra, enredos, já imaginou como estava?

Sabadão de manhã, começou a palestra sobre o movimento negro, movimento social, temas como Eca, maioridade Penal, experiência dos quilombos no desenvolvimento sustentável e como é enfrentar o sistema nos dias de hoje. Foi muito produtiva a palestra, as questões que surgiram, isso realmente mostra que nem tudo está perdido, que existem jovens querendo mudar, está sociedade cheia de contradições e quadrada como é.

Na parte da tarde, reunião com a juventude para tirar metas, calendários e projetos.

Na parte da noite, do sábado, foi a hora da integração com o quilombo de São Pedro, comunidade nota dez, levamos os instrumentos, em poucas horas o samba a estava comendo solto, no meio disso tudo já rolou o hip hop com samba, Freestyle, músicas, com Mcs que estavam presentes, foi do hip hop ao samba e que nem diz o Beto: – Foi Du Caraliooo.

Rolou forró,  apresentação de uma senhora da comunidade, com um menino que tocava muito bem teclado, a integração foi da hora, só quem tava lá mesmo pra dizer.

Na dominguera, o pessoal visitou as comunidades e pontos turísticos para conhecer melhor  as comunidades e as pessoas que moram no lugar.

Depois disso ninguém queria ir embora e voltar pra babilônia, (risos).

Mais era necessário, precisamos de soldados no campo e no asfalto.

África em nós, marcou mais uma página da história da juventude do estado de São Paulo, no estado mais conservador do Brasil, aonde se reuniu jovens quilombolas do estado de São Paulo, com jovens das periferias de diversas cidades para trocarem suas experiências e unificar a luta nas questões sociais.

Valeu muito o esforço de todos vou ficando por aqui, ano que vem vai ter outro e nem que tiver que ir a pé, mais estaremos lá.

Antigamente quilombo hoje periferia…

Levante as caravelas, aqui não daremos tréguas Nào, Não…

 então que vem a guerra,…

Zulu, Záfrica, Zumbi aqui não daremos tréguas Nào,Não..

então que vem a guerra!!  

                                               Música Záfrica Brasil

Fica um abração, a todos que participaram e os leitores que fazem parte deste projeto da literatura periférica brasileira.

Oráculo é mc da Banda Maloca