Grandes Alamedas

O Brasil possui uma respeitável tradição no campo da diplomacia. Não é à toa que o Barão do Rio Branco encarna, em suas qualidades de exímio negociador, elevado espírito patriótico e senso internacional de justiça, as melhores referências ao corpo diplomá

Esse sentido nas relações exteriores passa a ser cada vez mais exigido na medida em que o país alcança cada vez mais credibilidade na comunidade internacional. Essa estatura impõe um tratamento persistentemente eficaz nas questões internas, nas áreas de saúde, educação, nas condições de vida da grande maioria do povo brasileiro.


 


O país necessita desenvolver-se combatendo os abismos sociais, as desigualdades regionais, investir no campo das pesquisas científicas e tecnológicas, preservar o meio ambiente e incentivar as vocações dos diversos biomas em uma nação continental.
Nesse ponto, agiganta-se a sensível questão da Amazônia, onde o aspecto estratégico da soberania nacional adquire uma importância cada vez mais aguda e urgente.


 


Mas é no campo da geopolítica mundial que será testada ao máximo toda a nossa competência. Porque na medida em que avançamos na esfera comercial, em conseqüência do desenvolvimento industrial, do aumento em nossas exportações, crescem as nossas dificuldades, avolumam-se as resistências à nossa atual capacidade produtiva e ao excepcional potencial quanto ao futuro.


 


É exatamente neste momento, quando se impõe a excelência da diplomacia brasileira. As margens de manobra vão ficando cada vez mais estreitas, complicadas, difíceis mesmo. Porque já não somos tratados como um país sem maiores qualificações.


 


Passamos à esfera de concorrentes em instâncias  internacionais.


 


Ao contrário das previsões do final do século 20, a globalização não acarretou a extinção das nações ou o fim da História, mas o revigoramento dos Estados nacionais e a emergência dos blocos regionais, constituindo, também, alianças para além das fronteiras continentais.


 


A realidade atual exige relações diplomáticas multilaterais, sem subordinações. Mantendo-se o princípio da autodeterminação das nações, da não ingerência nos assuntos internos dos povos. Ou, como nos lembra José Luís Fiori, no espírito das “Grandes Alamedas” de Salvador Allende, onde “passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor”.

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