Jean: Era uma vez…
Há um tempo atrás, em um reino não muito distante, o hip-hop era vivido apenas pela galera da periferia que, através de muitas dificuldades procurava criar canais de divulgação e propagação de sua cultura. Sentia-se a necessidade de mais abertura na mí
Publicado 11/07/2008 16:25
Com o florescer de um novo tempo, o hip-hop mainstream americano, e suas problemáticas de ''o que fazer com tanto dinheiro e mulheres gostosas'', abriu no Brasil espaço para as produções nacionais, com conteúdo de pura contestação social e ''contra-cultura''.
A partir daí, grupos e MC´s se tornam destaques, aparecem em jornais, revistas, TV e as coisas realmente começam a acontecer. Os nomes, são diversos: hip-hop chic, cultura de rua, street art, black music, enfim, toda e qualquer relação com a até então marginalizada ''cultura do morro''.
– Que cultura é essa que pode ter milhares de facetas, ser modificado e ainda manter sua história de conto de fadas sempre com final feliz? Os jovens da periferia perderam sua cultura?
– Não meu senhor, ganharam voz. Com o surgimento de veículos alternativos e novos espaços, a cultura periférica toma conta do asfalto, toca na festa de aniversário do magnata, tornou-se um lucrativo produto. É vendido e comprado, gera emprego mesmo que seja para quem às vezes não o mereça. Influencia a moda, as artes, cria tendências. Quer mais conquistas do que estas? Para uma cultura vista ''marginal'', ser considerada tendência mundial, não é sonho, não?
O momento é agora! Vamos colher os frutos dessa batalha, agir, produzir novos conhecimentos e tendências. É preciso influenciar ainda mais, para que um dia o ''rei'' da liberdade tome seu trono e ajude na construção de um mundo melhor. Essa é a mensagem que o hip-hop vem profetizando desde a década de 70. Os ''hip-hoppers'' estão de parabéns.
Jean Andrade – Alvo Arte Independente, Porto Alegre RS