O relativo declínio do Império
A crise financeira mundial demonstrou, entre vários outros aspectos, os sinais evidentes de que a época do dólar como moeda padrão universal anuncia-se em agonia. O que não quer dizer a sua falência imediata, porque se a moeda entra em declínio hegemônico
Publicado 20/06/2009 18:34
Já o surgimento da União Européia, com o fortalecimento de um bloco regional de países em termos econômicos e políticos, agrupados em uma moeda única, juntamente com a consolidação do BRIC, Brasil, China, Índia e Rússia, já demonstra que algo de novo existe no cenário internacional.
Assim temos um contexto em que o antigo ainda não morreu e o novo ainda não se consolidou e é bem possível que venham a conviver por um largo período de tempo.
Os Estados Unidos da América vivem atualmente uma situação que poderia ser chamada de recuo ordenado visando um novo reagrupamento porque nenhum império na História abdicou espontaneamente do seu próprio poder.
Momentaneamente, não se sabe por quanto tempo, os EUA passam a adotar uma nova diplomacia mundial e modificam seus paradigmas na economia interna. Por isso é que emergiu o fenômeno Obama, confundido por vários membros do partido Republicano como comunista ou socialista.
Mas o novo presidente norte-americano corresponde magnificamente às necessidades desse novo cenário de séria crise interna, junto ao povo norte-americano, tanto quanto na política externa.
Porque só existiam duas saídas para os EUA, ou recuar buscando a recomposição com a opinião pública norte-americana e mundial, ou “recuar atacando”, imitando a velha e agressiva tática da escola militar alemã. Preferiu, até agora, a primeira hipótese.
A União Européia com 490 milhões de habitantes e um PIB de 14,4 trilhões de dólares, os países do BRIC com quase três bilhões de almas, um imenso mercado em expansão e um PIB de mais de 11 trilhões de dólares, representam, junto aos EUA com 13,8 trilhões de dólares, a emergência de um novo multilateralismo econômico e geopolítico mundial.
Resta saber como essa atual correlação de forças internacional irá contribuir para a emancipação social dos povos e a paz mundial.