Embrapa, 40 anos: a energia que vem da agricultura

Disponibilizar a energia oriunda do sol e processada pelos vegetais (produtores) em forma de proteína, carboidratos, vitaminas, óleos e outras substâncias para bilhões de humanos a condições cada vez mais acessível é uma das tarefas mais extraordinárias realizadas pela humanidade.

O socialismo sempre defendeu o reino da abundância em detrimento da miséria e da escassez de alimentos. A Embrapa faz parte desse esforço ecumênico e marcha junta com os povos em seus anseios por um mundo literalmente bem nutrido.

Desde que a Embrapa surgiu, há 40 anos, a agricultura brasileira, apoiando-se no desenvolvimento industrial, deu saltos gigantescos. Segundo o livro “História das agriculturas no mundo”, de Mazoyer & Roudart (2008), “podemos medir a produtividade bruta do trabalho agrícola pela produção de cereais ou de equivalente-cereal por trabalhador agrícola e por ano. Em pouco mais de um século, a relação entre a produtividade da agricultura menos produtiva do mundo, praticada exclusivamente com ferramentas manuais (enxada, pá, cajado, facão, faca ceifadeira, foice…) e a agricultura mais bem equipada e produtiva do momento realmente se acentuou: passou de 1 para 10 no período entre guerras, para 1 contra 2.000 no final do século 20”.

A agricultura brasileira produz hoje mais de 160 milhões de toneladas de grãos para alimentação humana, seja de forma direta ou indireta (na formulação de rações destinada à produção de carne, leite, ovos…). Contribui, desta maneira, para garantir um nível de segurança alimentar próximo a uma tonelada por habitante ao ano, recomendado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Menos de cinco décadas atrás o país produzia apenas 20 milhões de toneladas para uma população de 80 milhões de habitantes. Isto equivalia a uma proporção de apenas 250 kg de grãos por habitante por ano, ou seja, um quarto da relação de hoje (1000 kg/habitante/ano). E embora a produção total tenha crescido sete vezes, a área de plantio cresceu apenas duas vezes e meio, ou seja, em 1965 se utilizava uma área de 21 milhões de hectares e hoje temos uma área cultivada estimada em aproximadamente 50 milhões de hectares.

A pecuária também foi protagonista de inúmeros progressos. Segundo dados da Embrapa, de 1950 até 2006 o rebanho brasileiro cresceu 265,98%, enquanto a área de pastagem aumentou apenas 47,5%. A produção pecuária no período se desenvolveu 535,49%, e a produtividade, 330,78%.

Não atingimos esses índices extraordinários utilizando técnicas rudimentares ou muito menos priorizando a agricultura de pequena escala. A modernização da agricultura brasileira se deu baseada na forma intensiva de produção, avançando enormemente na produtividade, ancorada na pesquisa de ponta.

Além do mais, a incorporação de regiões antes pouco utilizadas para a produção de alimentos, isto é, quase todo o país, teve um grande impulso com a fundação da Embrapa, em 1973. E o exemplo mais impressionante foi a cultura da soja, uma leguminosa asiática, trazida dos Estados Unidos no século 19 basicamente usada para alimentação do gado. Com a pesquisa brasileira liderada pela Embrapa, essa espécie foi melhorada geneticamente, adaptando-se às nossas condições. Em 1979 a produção desse grão superou pela primeira vez a marca de 1 milhão de toneladas. Em 2012 ultrapassou os 60 milhões.

São esses alguns dos números que demonstram quão grandioso foi a contribuição da Embrapa na produção de alimentos e matérias primas diversas para o Brasil e para o mundo.

O fortalecimento da nação exige uma agropecuária pujante, moderna e acessível a todos que queiram se dedicar a essa atividade produtiva. Não se pode prescindir da contribuição dos pequenos agricultores e tampouco dos grandes (agricultura empresarial). O desafio é fazer os pequenos produtores se tornarem grandes, sobretudo em produção. E é nesse sentido que a Embrapa vem prestando um enorme serviço ao país, sendo exemplo para o mundo.

Parabéns, Embrapa. Orgulho do povo brasileiro.

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