PCdoB partícipe da cena política
Partidos têm a sua infância, a adolescência e a fase adulta, quando amadurecem e ganham consciência e habilidade para navegar em mar revolto e arrostar obstáculos na caminhada pelos seus objetivos – ensinava João Amazonas, cuja contribuição teórica e política marcante se fez decisiva na trajetória do PCdoB, sobretudo da reorganização, em 1962, em diante.
Publicado 28/11/2013 09:05
O lastro teórico da resolução da VI Conferência Nacional Extraordinária, acontecida em 1966, que plasma a conduta tática dos comunistas, é um marco dessa contribuição – um dos pilares da maturidade alcançada.
A resultante prática é que, mesmo duramente atingido pela repressão sanguinária do regime militar, que lhe ceifou a metade da direção nacional, com a anistia em 1979 o PCdoB se reaglutina e ressurge pequenino, porém ousado na ação política, fazendo-se partícipe ativo da cena nacional.
Nos dias que correm, em que se assinala a transição da ordem neoliberal herdada de FHC a um projeto de País democrático, soberano e socialmente avançado, sob a diretriz apoio, independência e luta pelo Novo Projeto Nacional, o PCdoB cumpre papel relevante. Não está na platéia, ocupa um lugar no palco.
O lugar que ocupa, embora relevante, ainda não lhe confere todos os atributos que o façam reconhecido como alternativa de poder pela sua base social – os trabalhadores e as amplas massas populares. Pesa nessa “fraqueza relativa” o emaranhado partidário em presença, o nível de consciência e de organização da população e uma feroz luta pelo protagonismo político. É a luta pela hegemonia – natural, sujeita a variáveis específicas, demandando hercúleo esforço na tripla trincheira das ideias, da luta social e no âmbito institucional (parlamento e governos).
No recente 13º. Congresso, partindo do reconhecimento de suas significativas contribuições ao ciclo político do último decênio e do esforço de sua edificação no período, o Partido vislumbra larga estrada por onde pode caminhar, no bojo de uma “uma nova arrancada por mais democracia, mais desenvolvimento e progresso social.” Uma pedra de toque disso é precisamente “a construção de um campo político e social formado por todos quantos tenham afinidade com as bandeiras da esquerda: partidos políticos, correntes políticas, lideranças, movimentos sociais, centrais de trabalhadores, personalidades de diversos setores da sociedade”.
Como traduzir essa diretriz na esfera dos estados e dos municípios? A bola está com os comitês estaduais e municipais, na esteira dos preparativos para a grande batalha eleitoral do ano que se aproxima, quando a um só tempo os comunistas darão a sua contribuição para a vitória das forças que levarão adiante o movimento transformador desencadeado desde o primeiro governo Lula e tentarão ampliar a sua bancada parlamentar.