Lições que a copa deixará para sempre
Em sua reta final, a 20ª Copa do Mundo já começa a deixar saudades pelos espetáculos e principalmente pelo clima de integração de povos e culturas que durante um mês pudemos vivenciar em território brasileiro. Neste período, muitos tabus que colocavam em dúvida nossa capacidade de realizar o evento foram quebrados e frases como "imagine na copa" caíram em desuso.
Publicado 08/07/2014 10:18
Também ninguém mais nem lembra do slogan "não vai ter copa", e o "iremos passar a maior vergonha" foi rapidamente substituído pelo "sou brasileiro com muito orgulho e muito amor". Poderia enumerar tantas outras falácias criadas por aqueles que insistem em cultuar nos brasileiros um dos mais maléficos dos sentimentos humano, o do fracasso. Fomos maiores, mostramos ao mundo que muito além do país do samba e do futebol, como nos vêem, somos também o país da organização, da responsabilidade e do trabalho.
Nesse período, alguns atributos sempre endereçados a nós também caíram por terra, recebemos pessoas do mundo inteiro e pudemos ver que não somos os campeões do mundo (como nos julgam) em falcatruas, trapaças e malandragens… Foi um italiano que entrou num estádio de cadeiras de rodas tentando enganar a todos, a máfia dos ingressos desbaratada aqui no Brasil era comandada por um argelino, com vários franceses de padrão FIFA envolvidos, os cambistas nas portas dos estádios eram suecos, iranianos e ate norte-americanos. Foram estrangeiros, em sua maioria europeus, que emporcalharam locais como a vila Madalena.
Embora a pena mais severa aplicada da Copa tenha sido para um peruano, foi um colombiano que desferiu o lance mais violento da competição, A Argentina tida como a "Europa da América do Sul" exportou os torcedores que mais se envolveram em violência nas cidades sedes da copa, enquanto aos brasileiros restaram as gentilezas e a receptividade. Cenas como as do taxista que encontrou vários ingressos de um grupo de mexicanos e devolveu aos portadores nos deram a certeza de que acertos e erros ocorrem aqui como em qualquer outro lugar do planeta simplesmente porque somos todos seres humanos.