Puxa-Tapete
Após anos de observação, atuando dentro da militância política e com uma, certa, experiência no chamado mundo corporativo, percebi um tipo de conduta que, por vezes, aparecem nesses ambientes. Movimento sindical, entidades populares, partidos, instituições, empresas e organizações diversas, são seus habitats. Resultado provavelmente da difusão exaustiva de competitividade no mundo capitalista atual.
Publicado 19/10/2015 11:15
Ele fica dias, meses e até anos, escolhendo o alvo. De vez em quando dá suas "estocadas" até surgir uma oportunidade. Aí quando ele acha que surge uma brecha, escancara todo o seu arsenal e começa invariavelmente por quem, na visão dele, está se destacando.
Existem vários tipos de puxa-tapetes:
– O "gentil" aquele que chega no local (tapete) elogiando todo mundo, parabenizando a todos, por qualquer coisa. Alguns chegam até inventar situações para elogiar outros e assim isolar a "vitima";
– O "Critico", aquele que está sempre disposto a discordar da "vitima", procura pelos em ovos, chifres em cabeça de cavalo, não diz nada com nada, só para se destacar como contrário a liderança (vitima) que ele quer atacar;
– O bajulador, este puxa-tapetes, elogia tudo que a liderança (vitima) faz, pela frente. Baba ovo e lambe botas vertiginosamente, mas por trás, esculhamba, critica, futrica e faz tudo para desmoralizar o ou a "vitima";
-O "faz tudo", este tipo de puxa tapetes é o mais comum. Entra em tudo que é comissão, topa tudo que aparece, diz que faz e acontece, mas geralmente deixa um rastro de sumiços constantes. A toda hora dá uma desculpa, mata a mãe, acha doença nos filhos, o tio se acidenta toda a semana. Mas nunca saí de nada e nem desiste das comissões que ele fez questão de entrar, pois este é o "currículo" dele.
Geralmente o puxa tapete, gosta de aparecer. Colocar em seu currículo, coisas que não existe. Expõe seu currículo em sua página de e-mail, coloca títulos e prêmios do século passado, achando que isso o vai tornar mais famoso e etc.
No fundo este tipo de pessoa, não tem objetivos maiores e nem nobres, são uns hospedeiros que se encostam naquilo em que eles acham que irão obter vantagens, mais cedo ou mais tarde. E, ás vezes a vantagem é uma simples viagem internacional, adoram. E lá tiram fotos e expõem nas suas páginas das redes sociais e ainda dizem a quantidade de "amigos" virtuais que possuem. Mesmo sem nunca ter visto ou falado com 90% ou mais dos que adicionou forçadamente.
A solução para isso? Não faço ideia, mas penso que se houver um sistema nas organizações que priorizem o processo coletivo, que democratizem o acesso a informação, que criem regimentos internos reguladores e impessoais, ajuda a evitar que pessoas como essas causem males maiores. Considero essas atitudes fruto de uma consciência atrasada. Assimilação do conceito capitalista de competição permanente. Onde você é “educado” a ser melhor do que o outro sempre. Mesmo que use de métodos condenáveis! Já vivi e presenciei fatos em que figuras assim, infelizmente, se deram bem. Mas isso já é uma outra história….