A viragem necessária

Vivenciamos um contexto que vem acumulando uma série de fatores negativos extremados provocando um cenário adverso às condições de vida dos cidadãos, povos e nações seja em função do agravamento da crise capitalista tanto como do modelo civilizatório imposto nas últimas décadas pelas forças do Mercado financeiro.

É instigante a afirmação do editorial no Observatório da Imprensa escrito pelo jornalista Alberto Dines, de que: vivemos numa espécie de Estado Digital – e global, sob a batuta do capital especulativo, acrescento – composto por segmento ativíssimo, pretensamente ilustrado, autocentrado, absolutamente impermeável às dúvidas, massificado, monolítico que não admite ponderações ou nuances, “tudo irremediavelmente claro e equivocado” segundo o poeta Affonso Romano de Santana.

São condições propícias ao ressurgimento de um nazifascismo adequado à continuidade das políticas neoliberais, às diretivas da Nova Ordem mundial, que apesar do crescente protagonismo dos Países que compõem o Brics, Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul, ainda mantém sob imposições fatídicas a supremacia conquistada no inicio dos anos 90 passados.

É um conflito que exige desenlace objetivo entre o velho que carrega consigo um oceano de guerras de rapina, decréscimo dos grandes valores universais, crise civilizacional, que teima em permanecer dominante versus o que é a alternativa concreta para novas relações geopolíticas efetivamente democráticas, civilizadas, mas que não acumulou ainda as condições necessárias para a viragem necessária.

Através do emprego de todas as formas possíveis de instrumentos de chantagem e coerção para manter-se hegemônica a Nova Ordem e o capital rentista com seus recorrentes ataques especulativos contra as nações, como ocorreu com o Brasil dias atrás, é que se aguçam os elementos de confrontos e crise de uma Ordem falida, selvagem, com traços fascistóides, belicistas, intolerantes contra a emergência dos anseios democráticos dos Países, comunidades e cidadãos.

Ao Brasil que nos últimos meses vive um processo de desestabilização estimulado interna e externamente cabe lutar pela sua soberania, os valores democráticos, a legalidade constitucional, todos sob graves ameaças, e um novo projeto estratégico de desenvolvimento econômico, social.

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