Cuba e China trocam informações e denunciam bloqueio dos EUA

Cuba pretende fortalecer e ampliar vínculos comerciais e econômicos com a China, assegurou o vice-presidente da Câmara de Comércio da ilha, Rubén Ramos, que assistiu no Panamá ao encontro empresarial China-América Latina e Caribe.

Em entrevista à agência cubana Prensa Latina, ele recordou que o gigante asiático, com o qual será celebrado em 2020 os 60 anos de relação bilateral, é o segundo aliado comercial mais importante e o primeiro na Ásia.

Rubén Ramos ressaltou o papel da Rota da Seda, desenhada pelo presidente chinês, Xi Jinping para criar uma nova oportunidade no comércio e no investimento. Para ele, uma maior aproximação com a China é importante contra a políticas unilaterais e protecionistas que Estados Unidos e outros países tentam impor a Cuba.

Locomotiva econômica

“Ante esta realidade, a China continua procurando opções e alternativas para ampliar seus vínculos na arena internacional. Por isso, vemos a iniciativa. da ótica do comércio e investimento, como campos em que o governo chinês tem criado incentivos interno do país e com seus vínculos com o resto do mundo”, disse.

Nesse sentido, referiu-se à abertura do mercado às importações procedentes de outras nações, na qual sobressai a Exposição de Exportações de Changai, que na edição de 2019 participaram 181 nações e várias organizações econômicas internacionais.

“Essas são mensagens claras de que a China se mantém como a locomotiva econômica em nível mundial, que abre oportunidades a partir de iniciativas como a Rota da Seda para que o mundo possa manter esse nível de atividade e de vínculos econômicos, comerciais e de investimento com esse enorme país”, afirmou.

Cuba e China contra o bloqueio

Ao ser indagado sobre as áreas nas que atualmente Cuba e China mantêm uma estreita colaboração, Ramos assegurou que são múltiplas, pois abarca desde a educação e a cultura até todos os âmbitos da economia nacional, como comunicação, indústria e energia.

“Cuba assiste a estas cúpulas porque é um espaço que permite ampliar e fortalecer os vínculos com o empresariado da América Latina e China, objetivo fundamental dentro da diversificação para as exportações com vistas a ampliar o comércio”, expressou.

Ele precisou que durante o evento Cuba e China trocaram informações e denunciaram o bloqueio dos Estados Unidos, além da irracionalidade da política da atual administração norte-americana, que tem levado à perseguição financeira, econômica e comercial a extremos nunca antes vistos.

Portanto, “este palco é importante para fazer ver ao empresariado da região a política irracional e a posição de Cuba ao respeito”, afirmou Ramos, que ofereceu detalhes sobre os três acordos que assinaram no marco da XIII Cúpula China-América Latina e Caribe.

Apoio mútuo

Entre eles sobressai o relacionado com a incorporação de Cuba ao Conselho de Negócios da Rota da Seda, uma entidade que procura promover os vínculos comerciais, criar uma rede entre câmaras de comércio e agências de promoção para divulgar entre os países assinantes as oportunidades de negócios, temas de interesse para a ilha.

A este convênio soma-se o Plano de Ação para 2020 e 2021 do Comitê Empresarial Cuba-China, o qual recolhe o apoio mútuo para promover feiras, exposições, estudos de mercado sobre oportunidades de comércio e investimento nos dois países e a necessidade do multilateralismo no comércio para enfrentar as políticas protecionistas que criam obstáculos.

Ao falar sobre o comércio entre a nação asiática e América Latina, assegurou que cresce todos os anos em ambas as direções, pois a China vê nesta área geográfica uma opção para ampliar seus vínculos econômicos, comerciais e de investimento.