MPF pede afastamento do diretor-geral da PRF que pediu votos para Bolsonaro

De acordo com os procuradores, ele fez uso indevido do cargo durante a campanha eleitoral chegando a pedir votos irregularmente para o atual presidente

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) pediu o afastamento por 90 dias do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por impropriedade administrativa. De acordo com os procuradores, ele fez uso indevido do cargo durante a campanha eleitoral chegando a pedir votos irregularmente para Bolsonaro.

O pedido lembra postagem de Silvinei nas redes sociais, na véspera da votação do segundo turno, em que o diretor da PRF pediu voto para Bolsonaro.

“Não é possível […] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, diz o MPF.

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“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato à reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, escreveu o Ministério Público.

Os procuradores já haviam solicitado abertura de inquérito na Polícia Federal (PF) contra Silvinei por atos e omissões que atentaram contra a lisura do processo eleitoral. Numa tentativa de impedir a presença dos eleitores nas urnas no último dia 30, 619 ônibus foram parados, sendo quase 300 na região Nordeste.

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