Atos celebram os 80 anos do “Dia da Vitória” soviética sobre o nazismo
Movimento Internacional Antifascista convoca atos em SP e RJ; Wevergton Brito, do Cebrapaz, ressalta que o “ato de comemorar o 9 de maio é um valioso gesto militante”
Publicado 07/05/2025 18:26 | Editado 08/05/2025 12:25

Em 9 de maio de 1945 os nazistas se renderam de forma incondicional ao assinarem o Instrumento da Rendição Alemã, marcando o início do fim da 2º Guerra Mundial. Com o passar dos anos a data passou a ser celebrada como o “Dia da Vitória” da União Soviética contra o nazismo. Dados históricos colocam que a assinatura se deu nas últimas horas do dia 8, em Berlim. Considerando o fuso horário, em Moscou já estavam no dia seguinte.
Ao chegar à marca de 80 anos, a Rússia prepara um grande desfile cívico-militar na Praça Vermelha, que contará com a presença de líderes como o presidente Lula e o chinês Xi Jinping, na próxima sexta (9). O Movimento Internacional Antifascista – Capítulo Brasil também organiza ações por aqui.
Em Brasília (DF) aconteceu um ato em 6 de maio, no Teatro dos Bancários. Na sexta (9), está marcada uma homenagem à vitória soviética na Cinelândia, no Rio de Janeiro (RJ), a partir das 15 horas.
Em São Paulo (SP), o ato será no sábado (10), às 9 horas, no auditório da Academia Paulista de Letras. Além da agenda comemorativa, os integrantes do movimento têm uma ampla pauta de lutas: contra o sionismo e o imperialismo; contra o bloqueio a Cuba, Venezuela e Irã; contra a OTAN e a guerra imperialista; assim como pelo fim do genocídio na Palestina e pela unidade dos povos pelo socialismo.
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Apoiam a organização do evento movimentos sociais e políticos, dentre eles o Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade ao Povos e Luta pela Paz).
De acordo com Wevergton Brito, jornalista e vice-presidente do Cebrapaz, diante do avanço da extrema direita nos tempos atuais, chamada por ele de fascismo do século 21, “o simples ato de comemorar o 9 de maio é um valioso gesto militante, que lembra o verdadeiro significado das bandeiras da defesa da liberdade, da igualdade, da justiça, da soberania nacional e da paz mundial.”
Wevergton, que convida a todos a participarem das ações que rememoram os 80 anos do “Dia da Vitória”, lembra que existe um imenso esforço do aparelho cultural hegemônico para tergiversar sobre uma constatação embaraçosa: o nazifascismo surgiu das entranhas do imperialismo, tendo como berço esplêndido dois países europeus, Itália e Alemanha.

Conforme explica, “a história comprova de maneira inequívoca que tal fenômeno só foi possível graças ao entusiástico apoio político e financeiro do grande capital.”
Nesse sentido, sobre a tentativa dos grandes meios de comunicação em apagar o peso fundamental soviético na vitória contra os nazistas, atribuindo o feito aos países envolvidos somente na invasão da Normandia, o jornalista lembra que todo tipo de ficção é incentivada para tentar esconder a realidade histórica, assim como tentam esconder o fato de que o nazifascismo é filho bastardo do capitalismo.
“Nada, no entanto, é mais forte do que a genuína memória coletiva dos povos, que fugindo das mistificações, continua repercutindo a dor das milhões de vítimas da barbárie fascista, bem como entoando, em inúmeras canções, o heroísmo dos soldados e partisans, que eram, em boa parte, lutadores soviéticos e socialistas. Essa memória é inescapável e mais poderosa do que a propaganda burguesa”, afirma.
