Elon Musk anuncia fim de sua passagem pelo governo Trump
A saída já estava prevista para o dia 30. Gestão foi marcada por cortes bilionários nos serviços públicos, estimados em US$ 175 bilhões, e por desentendimentos
Publicado 29/05/2025 16:33 | Editado 30/05/2025 08:14

Após rápida passagem pelo governo de Donald Trump, dedicada, em especial, à destruição do aparato público, o histriônico Elon Musk anunciou, nesta quarta-feira (28), que está deixando a gestão.
O anúncio, como não poderia deixar de ser, foi feito por meio de sua conta em sua rede X. “Agora que meu período como funcionário especial do governo está chegando ao fim, gostaria de agradecer ao Presidente Donald Trump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários”, afirmou.
Musk era responsável pelo Departamento de Eficiência Governamental (Doge), através do qual prometia cortar ao máximo os gastos com serviços e servidores públicos.
Segundo a Reuters, com base em informações que não foi possível confirmar de forma independente, cerca de US$ 175 bilhões teriam sido economizados ao todo com os cortes.
A saída já era prevista, uma vez que seu mandato de 130 dias iria expirar no dia 30 de maio, mas não ocorreu sem causar incômodo à equipe de Trump.
Na véspera de seu anúncio, ele criticou o pacote tributário de Trump. “Fiquei decepcionado ao ver esse projeto de lei de gastos imensos, francamente, que aumenta o déficit orçamentário (…) e mina o trabalho que está sendo feito pela equipe do Doge”, disse Musk em uma entrevista ao canal CBS News.
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Vale lembrar que em sua passagem pelo governo dos EUA, Musk viu as ações e as vendas de uma de suas principais empresas, a Tesla, despencarem diante das supertaxas anunciadas por Trump.
No início de abril, a fabricante de veículos elétricos entregou quase 337 mil unidades nos primeiros três meses de 2025, uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, menor nível em três anos, segundo a BBC.
O lucro líquido da empresa teve uma queda de 71% no primeiro trimestre deste ano frente ao ano anterior. As vendas na União Europeia também caíram pela metade em abril, com pouco mais de 7,2 mil unidades vendidas.
No início de abril, em apenas um dia, as ações tiveram um tombo de quase 7%, com corte de 43% no preço-alvo (estimativa do valor).
“O declínio sugere que a política controversa do CEO Elon Musk e sua associação com o presidente dos EUA, Donald Trump, estão prejudicando a popularidade da marca”, apontou a Bloomberg.
Agora que anunciou o término de sua passagem pelo governo, o desempenho da empresa parece estar se recuperando: as ações subiram 2,83% nesta quinta-feira.
Ao longo de seu mandato, Musk colecionou animosidades, típicas de um extremista de direita tóxico em meio a uma gestão igualmente radical em suas posições reacionárias e fascistas. Nesses meses, se desentendeu com secretários e chegou a chamar Peter Navarro, assessor comercial de Trump, de “mais burro do que um saco de tijolos”.