Apoio à Palestina ganha força no Mundial de Clubes da Fifa

Em jogo contra o PSG, torcedores do Seattle Sounders levantaram bandeiras em solidariedade à Palestina. Em outras ocasiões empunharam bandeiras antifascistas e antirracistas

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Mesmo eliminado da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o Seattle Sounders marcou a competição com uma bonita demonstração de que futebol e política devem andar juntos e se posicionar em defesa dos direitos humanos. Durante a derrota por 2 a 0 da equipe norte-americana para o Paris Saint-Germain (PSG), nesta segunda-feira (23), no Lumen Field (estádio da equipe da casa), seus torcedores levantaram bandeiras da Palestina, em apoio à resistência na Faixa de Gaza.

A torcida do Seattle Sounders tem histórico de manifestações nas arquibancadas. Em outras oportunidades, já organizaram protestos em jogos com faixas e bandeiras com dizeres antifascistas e antirracistas, assim como outras ações de cunho político-humanitário. A direção do clube tenta contornar essas iniciativas, uma vez que a Fifa proíbe manifestações políticas e pressiona as organizações locais a  evitá-las que ocorram, inclusive punindo a equipe.

O novo protesto ganhou mais relevância por acontecer em uma competição oficial da Fifa e por ser nos Estados Unidos, que recentemente atacou instalações iranianas em apoio à ofensiva israelense – responsável por atos de genocídio em Gaza.

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Além do protesto em Seatle, diversos outros pró-Palestina têm ocorrido nas arquibancadas mundo afora. Como exemplo, na final da Champions League vencida pelo PSG, em Munique, os torcedores da equipe francesa, os ultras, empunharam faixa com a denúncia do genocídio.

A cobrança dos torcedores antifascistas — não só dos EUA, mas de todo o mundo — é para que a Fifa adote os mesmos critérios de banimento a Israel que aplicou à Rússia, excluída de competições pela guerra contra a Ucrânia.

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Foto: Reprodução X/ Emerald City Supporters

O envolvimento dos norte-americanos nas questões de Israel também chama a atenção uma vez que o país sediará, junto com México e Canadá, a Copa do Mundo de seleções no ano que vem.

A questão que fica é: os EUA, ao serem colocados por Donald Trump em conflitos internacionais, também não deveriam ser punidos?

Ainda que pareça uma hipótese distante, a situação deveria ser considerada pela organizadora do futebol mundial. Mas tudo dependerá do desenrolar do conflito nos próximos meses.

Ponto curioso é que o Irã já está classificado para a Copa de 2026. No entanto, nada leva a crer que em um possível enfrentamento de iranianos e norte-americanos ocorra como o chamado ‘jogo da paz’, em 1998, em que as duas seleções se cruzaram durante a Copa da França. O confronto na fase de grupos, vencido pelos persas por 2 a 1, ficou eternizado pela foto dos jogadores perfilados juntos, com os norte-americanos segurando flores dadas em gesto de paz pelos adversários — ainda que no cenário externo as provocações tenham se mantido.

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