Governo Federal amplia a ajuda emergencial nas cheias do Amazonas

Com mais de 530 mil pessoas afetadas, governo Lula reconhece situação de emergência em 40 municípios, libera R$ 17 milhões e intensifica apoio logístico, técnico e social

Defesa Civil do Amazonas registra envio de 230 toneladas de alimentos a municípios atingidos pela cheia

Diante da maior cheia dos últimos anos no estado do Amazonas, o Governo Federal intensificou sua atuação emergencial para apoiar a população afetada. Já são 40 municípios em situação de emergência reconhecida, 18 em estado de alerta e 4 em situação de normalidade, conforme boletim do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais. O número de pessoas impactadas chega a mais de 530 mil, com cerca de 133 mil famílias diretamente atingidas pelas inundações que vêm assolando a região desde março.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), já autorizou R$ 17 milhões em repasses federais para ações de assistência humanitária. Os recursos são voltados à compra e distribuição de itens essenciais como alimentos, água potável, colchões, kits de higiene e combustível para transporte de equipes e mantimentos.

“Os recursos da Defesa Civil podem ser empregados naquele primeiro momento que acontece o desastre para fazer assistência humanitária, bem como para o restabelecimento dos serviços essenciais. Também podemos utilizá-los para reconstruir infraestruturas públicas destruídas”, explicou o ministro Waldez Góes.

Governo atua em múltiplas frentes

A atuação do MIDR se dá em coordenação com os governos estadual e municipal, buscando garantir resposta rápida e articulada. Até agora, 26 planos de trabalho emergencial de municípios foram aprovados e outros três estão em análise — dois para assistência e um para reconstrução.

Além da ajuda imediata, o governo já iniciou capacitações para agentes locais e prepara o lançamento, ainda no segundo semestre, da ferramenta Defesa Civil Alerta, que vai fortalecer o monitoramento e resposta a desastres em toda a região Norte.

Em Manaus, o nível do Rio Negro ultrapassou os 28,90 metros, chegando perto da cota de inundação severa. A estabilidade nos últimos dias indica aproximação da vazante, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Ainda assim, cidades como Manacapuru, Itacoatiara e Humaitá enfrentam níveis alarmantes nos rios Solimões, Amazonas e Madeira.

Causas da cheia prolongada

De acordo com a geóloga Jussara Cury, do SGB, a cheia persistente é explicada pelo acúmulo de chuvas na parte norte da bacia amazônica, somado ao represamento natural do Rio Solimões. “Esse represamento impede o escoamento do Rio Negro, mantendo os níveis elevados por mais tempo, inclusive em Manaus”, explicou.

Apesar de as chuvas em julho parecerem atípicas, elas já estavam previstas em boletins climáticos, causadas por correntes de umidade do Atlântico.

Ações locais complementam resposta federal

No interior, a cheia já comprometeu o funcionamento de escolas em diversos municípios. Em Anamã, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Uarini, 444 alunos seguem com aulas remotas por meio do programa Aula em Casa. A Secretaria de Educação do estado ainda não divulgou o número total de escolas afetadas.

Em Manaus, ações emergenciais incluem:

  • Construção de mais de 800 metros de pontes provisórias;
  • Entrega programada de cestas básicas, água e kits de higiene;
  • Monitoramento de áreas rurais e urbanas;
  • Implantação de um plano habitacional de 15 mil moradias, parte delas para famílias em áreas de risco.
  • A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) já recolheu mais de 2.500 toneladas de lixo e bloqueou 1.359 toneladas com ecobarreiras, evitando o agravamento da poluição dos igarapés e do Rio Negro.

Governo do Amazonas também reforça ajuda

O governo estadual já enviou:

  • 580 toneladas de cestas básicas;
  • 2.450 caixas d’água de 500 litros;
  • 57 mil copos de água potável;
  • 10 kits purificadores do programa Água Boa;
  • 1 estação de tratamento móvel (Etam).

Municípios como Humaitá, Manicoré, Borba e Boca do Acre estão entre os mais atingidos e recebem atenção especial nas ações de distribuição.

Defesa Civil mantém alerta

A Defesa Civil Estadual segue monitorando os níveis dos rios em tempo real. A população pode acionar o órgão pelo telefone 199 ou pelo número alternativo (92) 98802-3547. O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) continua recebendo novos planos de trabalho dos municípios afetados.

Compromisso com vidas e reconstrução

A resposta coordenada do Governo Federal reafirma o compromisso com a proteção da vida, o socorro às populações vulneráveis e a reconstrução de áreas afetadas. A crise climática na Amazônia revela a urgência de ações estruturantes que combinem prevenção, adaptação e combate à desigualdade socioambiental.

“Vamos seguir atuando com celeridade e responsabilidade. O povo do Amazonas pode contar com o apoio do governo do presidente Lula para superar esse momento difícil com dignidade e segurança”, concluiu o ministro Waldez Góes.

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