Pode até ser clichê citar Che Guevara para falar sobre a partida do Quino, o cartunista argentino que morreu na última quarta-feira (30), mas o fato é o que pai da Mafalda foi incisivo em sua crítica social sem jamais perder a ternura. A pequena prodígio, do alto de seus eternos seis anos, expressou as angústias dos que são capazes de se indignar com as injustiças do mundo e hoje, passado meio século de seu nascimento, está mais atual que nunca – infelizmente.
Para prender a atenção, o filme segue um roteiro previsível. Humaniza os culpados, espetaculariza o problema, dramatiza as consequências e não traz soluções práticas
Novo romance da escritora argentina Ariana Harwicz explora limites da mulher contemporânea – exausta e à beira da loucura. Comparada a Virgínia Woolf devido ao fluxo de consciência delirante que marca a obra, a jovem autora salta com graça pelo tabuleiro do realismo mágico latino-americano sem dever nada aos mestres do boom.
Não é só no Brasil que a uberização do trabalho tem encontrado resistência — e, se os métodos de dominação desta nova organização do trabalho se assemelham em diversos países, a organização popular também ganhou ressonância internacional.
Os entregadores antifascistas se articularam em defesa de direitos trabalhistas.
Pouco importa o que Regina Duarte vai fazer da vida depois de ter deixado a Secretaria Especial de Cultura. Essa (mais essa) crise institucional serviu para jogar luz onde realmente merece atenção e precisa de socorro, a situação da Cinemateca Brasileira. Com 70 anos de história e dona do maior acervo de imagem em movimento da América Latina, a instituição corre o risco de desaparecer sob o comando obscurantista de Bolsonaro.
Há algumas semanas Camus e Saramago estão no topo de “mais vendidos” em livrarias online.
O pânico de ver o mundo colapsar em semanas, ameaçado por um inimigo invisível, levou muitos leitores a buscar resposta na literatura. Tanto “A Peste”, do francês, quanto “Ensaio sobre a cegueira”, do português, ensinam que em tempos de incerteza a saída é coletiva. Entretanto, aqui no Sul do mundo temos um jeito bastante próprio de narrar nossa cólera. E a lista é sobre isso.
Estava há doze dias sem sair de casa, quando decidi dar uma volta de bicicleta para tomar um sol e ver o impacto da pandemia pelo centro. Embora a quarentena tenha começado oficialmente em São Paulo em 24 de março, três dias antes do anúncio do governador João Dória eu e minhas duas colegas de casa já tínhamos decidido nos isolar, uma vez que podemos fazer home office.