À Capela!

As seleções africanas que participam da Copa do Mundo no Brasil ainda não concluíram suas participações na 1ª fase, contudo já é possível analisar em virtude dos amistosos programados pela FIFA em período anterior a Copa.

Nesta edição, também participarão cinco seleções: Argélia, Costa do Marfim, Camarões, Gana e Nigéria. A alegria, velocidade, dribles inusitados e ingenuidade positiva não existem mais. Padronizadas pelos treinadores europeus o futebol africano perdeu sua graça e aumentou sua força. Agora a obediência tática prevalece. A força física é utilizada com virilidade e até violência.

A velocidade se mantém ou até ampliou, mas as jogadas mágicas já não mais fazem parte do repertório.

Jogam, no geral, no esquema tático da moda. 4, 2, 3,1, utilizando seus laterais que a exemplo do que ocorre com a maioria das seleções europeias exageram nos “chuveirinhos” na área.

Das cinco a Argélia é única que mantém uma forma de jogar parecida com a do passado recente. Talvez até por isso não sonhe em ir longe neste que será seu terceiro mundial.

Costa do Marfim, que na estreia, virou um jogo em cima do Japão, numa partida em que os nipônicos, excetuando-se, Honda, foram apáticos e irreconhecíveis, não mostrou nada de novo. Os dois gols foram feitos a partir de cruzamentos na área (de novo).

Camarões se arrastou em campo, dominado totalmente pelo México, que precisou fazer três gols para valer um, se mostrou hoje uma sombra do passado, onde brilhava o talento de Rogê Millá entre outros. A Nigéria continua forte e confusa. Mas tem bom futebol. A questão é que esta seleção ainda é uma incógnita, futuro incerto na Copa e depois.

Eu considero Gana como a melhor entre as africanas. Jogou muito bem as eliminatórias do Continente e participa de sua terceira Copa do Mundo, seguida. Lembramos que em 2010 ela protagonizou um espetacular jogo de futebol com a seleção uruguaia que culminou com o gesto que imortalizou o Soares, quando este impediu um gol africano com a mão, sendo expulso, mas vendo Gana, perder o pênalti e depois ser desclassificada na disputa final de penalidades.

Agora, Gana, mais experiente começa jogando mais uma vez contra a seleção dos Estados Unidos. Nas duas edições anteriores também houve o cruzamento. Gana venceu os Estados Unidos na fase de grupos da Copa de 2006 e nas oitavas de final em 2010, as duas vezes pelo placar de 2×1. E o sorteio definiu novamente ambas como adversária.

Embora com todo o retrospecto favorável e com a evolução tática e técnica de seu futebol e ainda a considerando a seleção mais forte do continente africano, não acho que ela vá longe justamente por conta da força do grupo. Que deve classificar Alemanha, favoritíssima ao titulo, e Portugal que disputará com os americanos do norte, uma vaga.

Aposto na Costa do Marfim, como a representante africana a passar desta fase.

Episodio da vaia

As vaias dirigidas a Presidente Dilma Roussef, não devem incomodar a atual mandatária da nação. O Ambiente de estádios não é muito afeito a políticos. A onda da mídia oposicionista contra a Copa do Mundo, sem dúvida, “culpabilizou-a” aos olhos do seguimento que compra ingresso para ir ao estádio e como eu vi, pelo menos parte deles, uma pequena parte eu diria, que raivosa, utilizou do xingamento grosseiro, atípico, este sim, a este tipo de manifestação.

Um tiro no pé daqueles imbecis intolerantes que a vaiaram no exato momento em que apareceu no telão, imagens gerada pela FIFA, quando ela comemorava o gol do Brasil.

Vejam vocês que ela não discursou, embora a oposição midiática e tucana, aqui em São Paulo, pelo menos, a tivesse incentivado. Pois bem a presidente não caiu nessa. Contudo a atitude deve ser analisada no geral como parte da luta política em curso. A oposição é assim. Intolerante, raivosa e agressiva.

Já tentaram usar essas armas antes. Não deu certo e acho que desta vez também não dará.

E esta onda de cantar o hino á capela como tem ocorrido nos jogos da seleção, que de resto já foi entoada com força e galhardia pelos chilenos em Cuiabá, não pode ser tomado ao pé da letra, como demonstração de civismo e amor a pátria. Em minha opinião é mais um modismo ampliado pela mídia para esconder, via propaganda intensa, as tentativas de boicote e torcida contra.

Em 1998 eu ouvi e muito os franceses utilizarem deste expediente que culminou com a conquista do Titulo pelos “Bleus”.

Espero que mesmo com a desfaçatez de alguns patriotas de ocasião, a seleção brasileira represente o verdadeiro anseio da grande maioria do povo que ama futebol e ama o nosso país.

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