A ciência salva vidas, a incompetência e a estupidez matam

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Em 10 meses a ciência já produziu quase uma dezena de vacinas contra o coronavírus. É uma inequívoca demonstração de que a ciência salva vidas, enquanto a incompetência gerencial e a estupidez negacionista do governo matam, ceifam vidas. A incompetência é de tal ordem que o governo não providenciou sequer seringas, quanto mais vacinas para imunizar a população. Não há governo, estamos à mercê da própria sorte.

Por outro lado é digno de registro a velocidade com que essas vacinas foram produzidas, o que demonstra a assertiva do materialismo histórico, da ciência, de que tudo está em constante movimento, transformação e evolução. E quanto mais conhecimento científico for sistematizado, mais rapidamente serão as respostas tecnológicas aos desafios que nos são impostos, os quais, infelizmente, são recorrentes.

Desde que a humanidade começou a produção social de alimentos e iniciou seu processo de sedentarização, há mais ou menos 10 mil anos, ela vem sendo vítimas de epidemias e pandemias, dentre outras razões porque a aglomeração humana facilita a transmissão de patógenos e potencializa os efeitos nocivos dessas tragédias. Isso é conhecido há séculos, embora o atual governo ainda hoje faça deboche das recomendações técnicas para que se evite aglomerações.

Entre 1347 e 1351, após sucessivas tragédias produzidas pela peste, coqueluche, varíola, etc., a população, já então bastante fragilizada e atingida de fome, foi acometida pela “peste negra”, que dizimou de um quinto à totalidade de habitantes de determinadas regiões da Europa, segundo Le Roy Ladurie e Morineau (1987).

O conhecimento científico de então não era suficiente para produzir vacinas, nem mesmo remédios eficientes para tais moléstias e, em certa medida, isso correspondia a lógica macabra da teoria malthusiana que defendia o equilíbrio populacional pela eliminação de uma parcela da população (os pobres, naturalmente) através das guerras e epidemias. Era a lógica da classe dominante de então (a aristocracia) assim como hoje, tudo indica, é a lógica do atual governo que costuma repetir que “alguns vão morrer, e daí?”.

E, de fato, a produção de vacinas não era processada com a velocidade que se produziu a da Covid-19. A vacina da meningite, por exemplo, levou 94 anos para ser produzida desde sua identificação em 1887 até seu uso em 1981; a da poliomielite levou 43 anos (1908-1955) e a do sarampo algo como 9 anos (1954-1963). A vacina da Covid levou 10 meses e as principais são a Coronavac (China/Butantan); Sputinik (Rússia/Governo do Paraná); Oxford/AstraZaneca/Fiocruz; Pfizer/BioNTech, dentre outras.

O Brasil está entre as 10 maiores economias do planeta, logo não falta dinheiro para adquirir vacinas e seringas. O que falta é competência gerencial e compromisso com o povo, que assiste impotente seus entes queridos sendo enterrados em vala comum enquanto o governo faz piadas e debocha de uma tragédia que já infectou quase 8 milhões de pessoas e matou 200 mil. Não há governo, estamos à mercê da própria sorte.

Boa parte dos países já começou a vacinar sua população. Mesmo países de economia modesta, como Argentina, Chile, Costa Rica e México, já vacinam sua população, enquanto o desgoverno brasileiro oferece, numa previsão otimista, iniciar a vacinação apenas no final do mês de janeiro.

Quantas vidas a mais serão perdidas por conta da incompetência e estupidez desse governo?

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