A Copa das trocas

As paixões permeiam o futebol e a política. O ano de 2014 tem reservado muitas inquietações. A Copa do Mundo e as eleições presidenciais formam o banquete em que os participantes sentados à mesa disputam cada pedaço. São demandas sociais que urgem num país marcado por conquistas e contradições.

Mais educação e mais saúde é o que se exige das autoridades, porque evidentemente o Brasil não se fará uma nação melhor se isso não for prioridade. Professores e alunos sofrem pelas dificuldades impostas por uma estrutura que historicamente fragilizou o ensino no país. 

De quem é a culpa? Nossas mazelas sociais se debitam à Copa? Tal relação pode ser tentadora e imediata, porém a História apresenta caminhos de análise diferentes e os fatos vão além das aparências. Nesta densa atmosfera, me encontro com colegas professores, debatendo e refletindo, buscando administrar os conflitos de um caldo de preferências políticas divergentes, onde a unidade se faz pela nossa luta diária em sala de aula. O lugar onde se aprende e se ensina. Muitas vezes o fascínio da História e da poesia.  
 
A Copa das Trocas
 
Professores em greve trocam a Copa
Pela Educação
Justo, não?
Justo e curto é o nosso salário
Nossa valorização
Tão justo como o elástico
Do calção 
De um atleta da seleção
Mas e a Copa, porque não?
A troco de quê essa confusão
Entre o Esporte e a Educação?
Os perrengues que vivemos
São de hoje? Não sei não!
Foi lá trás, depois da rede
Não do gol, mas do pescador
Que o gajo chegou à praia
Deste país e nos roubou
Foi o Pedro, aquele Cabral
Que veio em busca do pau
De cor vermelha feito Brasil
Tirar o ouro do caboclo
E do índio varonil
Já faz tempo, não foi ontem
Escrito em prosa e verso
O país do povo pelado
Foi vestido e descoberto
Roubaram o fruto das árvores
E o doce da nossa cana
Prenderam o velho cacique
E o negro de mão branca
E de lá veio até cá
Do passado para o presente
Quanta coisa que mudou
Um operário presidente
Foi o índio, foi o negro
O branco e o caboclo
No operário, todos votaram
Meu Deus, que coisa de louco!
Que loucura este país, que parece um continente
E o povo escolheu uma mulher de presidente
Aqui o povo é quem diz pra onde vai à nação
Pois bendita é a liberdade, melhor do que a prisão!
 
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