A (des) léxica

 .

A língua permite dizer
que os girassóis estão tomados
de amarelo…
Que o açúcar das coisas vivas
grita meu nome, puxa meu ombro,
pra eu espirrar a poesia
de meu nariz trnascendental.
Que não são as flores que eu não posso,
mas as flores que eu não sei
que me provocam batimentos.
As palavras com seus malabares
aportam em mim seus dizeres
pra garantir no poema
um novo rosto pro mundo.
Mas é claro que me constando em poeta
continuo não sabendo quem eu sou…
Terá léxico o que tento alcançar-me
esticando-me sobre as pontas dos pés?

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