A Palestina precisa mais do que solidariedade

Foz do Iguaçu tem tentado fazer sua parte na defesa da Palestina, na solidariedade ao povo palestino, na denúncia contra o genocídio étnico promovido pelo estado sionista sob os olhos complacentes das potências do mundo.

Uma lei de nossa autoria, tornou Foz cidade irmã de Jericó (a mais antiga da civilização ocidental), como forma de propaganda da Palestina, de divulgação de seu turismo e de sua cultura. Este ato convocou nossa cidade para realizar todos os anos atos culturais em solidariedade à Palestina. Nesta sexta-feira, quando a lei completa três anos, encerramos a segunda mostra PALESTINA VIVE, uma semana de mostra cinematográfica sobre a Palestina, com debates e apresentações culturais.

Com isso falamos da cultura palestina, promovemos o país, seja no evento e seja na propaganda do evento (imprensa, outdoors), trazemos para a cidade algumas das principais autoridades nacionais sobre o tema e lideranças, fazemos nossa parte.

Fazemos nossa parte?

O Brasil faz a sua parte quando reconhece o Estado Palestino?

Faz, nós fazemos. Mas podemos fazer mais.

Neste momento em que o Hamas e o Fatah assinam um acordo histórico e a resposta sionista é bombardear a Palestina, precisamos fazer mais. Precisamos de mais ações que vão além da solidariedade e da denúncia.

Nós, como humanistas, como brasileiros, precisamos cobrar do governo nacional e das empresas estatais brasileiras ações que impeçam negociações com empresas israelenses, com o governo daquele país genocida. Ações como o mundo fez em relação a África do Sul do apartheid.

Ou o apartheid israelense é defensável?

Só existe uma maneira de fazer o Estado Israelense recuar: o isolamento econômico, cultural e diplomático, já que não vamos conseguir impedir que o império estadunidense continue financiando com seus bilhões o genocídio de um povo, é o caminho que resta. E só será possível se o mundo começar a se mobilizar neste sentido.

Empresas estatais brasileiras e o governo brasileiro realizam ações comerciais com empresas israelenses e com o próprio governo genocida.

Precisamos mudar isso, convencer o governo brasileiro que é necessário algo mais que o reconhecimento, que a solidariedade ou parcerias culturais com a Palestina.

O Brasil precisa defender ações nos organismos internacionais que promovam uma reação além da solidariedade e do reconhecimento do Estado Palestino. Precisa promover o debate sobre o isolamento diplomático de Israel, o boicote econômico e atitudes como isolamento cultural e esportivo.

Vão argumentar que isso prejudica o povo israelense, mas e o povo palestino, quem defende?

Além do massacre ao povo palestino, do genocídio étnico, contínuo, Israel apaga a memória da humanidade quando destrói os monumentos palestinos com suas bombas e faz isso propositalmente, já que entre suas intenções está apagar a história da existência do povo palestino. Não esqueçamos que a origem da chamada civilização ocidental está justamente no território palestino.

Precisamos fazer mais, antes que não tenhamos muito o que fazer, a não ser lamentar e condenar.

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