A reunião do CNPC, o PNLL e a Feira de Joinville

Nesta terça-feira, dia 05 de abril, começa em Brasília a primeira reunião do CNPC – Conselho Nacional de Política Cultural, da gestão da ministra Ana de Hollanda. Não será uma reunião qualquer, ela deverá pautar e delimitar ações e posturas, tanto do Ministério da Cultura como dos integrantes do CNPC.

O MinC propôs uma pauta protocolar, de apresentação da equipe da ministra. Um grupo de conselheiros propôs várias inclusões de pauta, reunindo todos os temas inconclusos de 2010 e ou com mudanças de postura já assumidas pela nova equipe do MinC sobre o que havia sido trabalhado até dezembro de 2010, principalmente a nova Lei dos Direitos Autorais.

No meio disso tudo, o Congresso marcou a solenidade de lançamento da Frente Parlamentar Mista de Cultura no dia do segundo dia da reunião do CNPC. Devido a grandiosidade política do evento e sua extrema importância, jogará para que o MinC alcance o objetivo de não pautar os temas polêmicos. A ver!

Plano Nacional do Livro, Leitura E Literatura – PNLL

Por outro lado entramos numa semana decisiva para clarear a proposta da nova equipe do MinC no que se refere a todas as políticas e debates relacionados ao setor do livro, leitura e literatura, especialmente o Plano Nacional do Livro, Leitura e Literatura – PNLL, que deveria aglutinar todas estas ações.

Todas a políticas do livro, leitura e literatura do MinC, antes conduzido pela DLLL – Diretoria do Livro, Leitura e Literatura e pela coordenação do PNLL, foram centralizadas sob as hostes de Galeno Amorim, presidente da Fundação Biblioteca Nacional – FBN e até agora não apresentou claramente o que propõe. O que esperamos seja efetuado no dia 08 de abril, quando promove encontro com a ministra e setor criativo e produtivo do livro e leitura. No entanto, o encontro tem todas as características de elemento de marketing e protocolar, pois prevê apenas uma hora de duração. Mesmo assim, estarei lá. É necessário acompanhar este processo de perto.

O setor do livro, leitura e literatura, como todas as políticas do MinC, era conduzido de maneira coletiva e ampla. Este método, o debate amplo, marcou a construção do PNLL até dezembro de 2010, atingindo cerca de 800 municípios (que implantaram ou iniciaram os processos de implantação de seus planos municipais). A proposta de avançar para a construção de uma política de estado para o livro, leitura e literatura avançou a passos largos.

Desde dezembro não há mais notícias do PNLL. A equipe anterior foi quase toda desmobilizada e não temos notícias de uma nova. O secretário-executivo, professor José Castilho, está mantido (até o momento em que escrevo estas linhas), mas visivelmente solitário. As informações são de que até as oficinas do PNLL foram centralizadas na FBN. Esta centralização atingiu também a DLLL, que agora, subordinada a uma Fundação, sai do centro das decisões do Ministério.

O setor da cultura que mais tinha esperanças de ampliar conquistas com a eleição da Presidenta Dilma, já que elegemos uma leitora voraz e que sabe como ninguém o papel transformador da leitura, começa a olhar com preocupações o futuro da gestão nesta área.

Claro, apresentarão como argumento: são pouco mais de 90 dias da nova gestão. Mas a pergunta que fica: era necessário mudar? Neste processo de adaptação, quanto tempo vamos perder?

Estávamos num caminho, ainda faltando muito a construir, mas com avanços inegáveis e principalmente com uma característica: a construção coletiva. Não seria mais simples e coerente continuar nesta rota?

Feira Do Livro de Joinville

Neste final de semana estive na Feira do Livro de Joinville, que em sua oitava edição vai se constituindo em uma das referências de eventos literários do sul do país. Tive o prazer de participar de uma oficina ministrada por Antônio Torres e depois a honra de tê-lo na plateia da minha participação na Feira. Joinville e Santa Catarina vivem um efervescente movimento literário, com autores e agentes como Rubens Cunha, M. Silva e Silva, Cristiano Moreira, Joel Gehlen, João Batista, Dênnis Radunzs e outros que convivi nestes dias.

Em Joinville, presenciei uma palestra do Galeno Amorim e depois lhe apresentei algumas das minhas inquietudes, que ele, naturalmente, discorda. Foi apenas uma conversa rápida, efetuada numa mesa de jantar, mas claramente ele entende que esta centralização resolverá a maioria dos problemas do setor do livro e leitura.

Não é esta a opinião que está se formando entre a maioria dos membros do Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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