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Encontro de Comunicação do PCdoB debate papel da Classe Operária

A utilização do jornal Classe Operária como instrumento de comunicação do PCdoB esteve entre os temas debatidos neste sábado (2), no Encontro Nacional de Comunicação do PCdoB, realizado em São Paulo. As discussões foram iniciadas com uma provocação do editor do jornal, José Carlos Ruy: a Classe Operária cumpre o papel que lhe foi atribuído pelo Comitê Central na decisão de 2008 que definiu seu atual formato e destinação?

Aquela decisão, lembrou Ruy, está na origem da Classe atual, de quatro páginas, que traduz em conteúdo popular as ideias e a política do Partido, destinada ao trabalho de estruturação partidária entre os trabalhadores e o povo. Desde então, a produção do jornal passou a ser subsidiada pela direção nacional do Partido, ficando aos comitês estaduais e municipais a responsabilidade pelo pagamento do frete referente ao envio das cotas solicitadas.

Hoje, passados três anos desta experiência, começam a aparecer sinais preocupantes, afirmou o editor. O principal deles é a queda na tiragem – cuja média mensal em 2010 foi de 203 mil exemplares – menos da metade da alcançada em 2009, que foi de 410 mil exemplares.

Nestes anos, o trabalho feito em alguns estados com a Classe Operária mostrou sua eficiência como instrumento de comunicação do Partido com os trabalhadores. Há uma diversidade de experiências realizadas na Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, apenas para citar os estados que absorveram 70% da circulação total da Classe em 2010.

Entretanto, há um conjunto de problemas que permanecem; um deles é o não pagamento por alguns comitês estaduais ou municipais dos valores referentes aos fretes – o que cria um obstáculo ao trabalho político com a Classe Operária, disse Ruy. Ele alertou, contudo para a necessidade do entendimento direto entre os estados, a Secretaria Nacional de Comunicação e a direção da Classe para resolver questões dessa natureza.

Outro problema que precisa ser analisado é o uso da Classe em anos eleitorais. Muitos argumentam que nestas ocasiões pode haver conflito entre as necessidades locais das campanhas e o conteúdo e manchetes do jornal, que são necessariamente nacionais.

Esta questão, argumentou Ruy, só pode ser equacionada pela interação entre os comitês estaduais e municipais e a redação da Classe. O objetivo, em campanhas eleitorais, é transformar nosso jornal num instrumento de propaganda de nossas ideias para ajudar aos nossos candidatos. E isso depende justamente da combinação entre as teses e bandeiras nacionais, gerais, defendidas pelo Partido, e as demandas locais da disputa eleitoral, problema que se acentua quando as eleições são municipais.

Da redação