A Última vez que vi Paris

O filme A Última vez que vi Paris é um clássico do cinema dirigido por Richard Brooks e estrelado por Elizabeth Taylor, que também atuou em “Gato em teto de zinco quente”, do mesmo diretor.

Esse filme “The last time I saw Paris”, feito em 1954 pelo cineasta Richard Brooks, foi o primeiro que ele fez com Elizabeth Taylor, e em 1958 ele fez também com ela “Gata em teto de zinco quente”. São dois filmes sem dúvida que colocaram Elizabeth Taylor entre as maiores intérpretes de Hollywood. E é um clássico dessa origem dos filmes hollywoodianos. E quem quiser saber o que é uma narrativa cinematográfica da marca Hollywood, é só conhecer bem esses dois. Eu o conheci ainda nos anos 50 aqui no Recife. Certamente, o tomei como modelo para analisar e realmente sempre combater essa forma de narrar emburrecedora. Pelo menos, era o que sempre achamos. Até hoje.

É claro que Richard Brooks nunca foi considerado um cineasta genial. Mas sempre foi aplaudido pelos apreciadores de Hollywood. Sua linguagem é corretíssima tanto em contar a estória que lhe é dada, quanto em dirigir a atuação dos atores. E ele contava com figuras bem profissionais como Taylor, Van Johnson, Walter Pidgeon, Donna Reed e outros. Em “The last time I saw Paris” é simples, mas também complicado, pois envolve a vida do personagem principal em momentos diversos.

O diretor de fotografia aproveita bem os momentos de fim de ano em Paris e cuida para não acontecer o que mais acontece nos filmes ‘geniais’, que sempre foi um certo ‘flou’ em algumas sequências importantes da narrativa. Sempre os atores e também os cenários estão sempre em perfeito foco.

É bom aproveitar o Youtube que tem filmes clássicos do cinema à disposição. Quem está começando a analisar cinema agora tem assim um mundo de filmes que pessoas como eu tínhamos apenas em algumas ocasiões. E hoje você tem muitos filmes à disposição, embora por exemplo como esse “The last time I saw Paris” todo falado em inglês é claro, e com legendas também em inglês. Ótimo, pois assim tento praticar o meu ‘inglês’.

Olinda, 30.01.23

Assista abaixo a íntegra do filme:

A beleza do jumento

Fico triste quando ouço alguém ser chamado de jumento.
A burrice não é própria daqueles animais
Simplesmente eles são teimosos
Mas não há prova de que são exemplos de burrice.
Tenho certeza de que muitos homens são mais burros
Se é que é verdade que eles são burros.
E inclusive fui estimulado para esse texto
Depois de ter lido trechos de Arthur Rimbaud
Talvez porque são poemas sobre simplicidades
Mas que mostram como são complexos os olhares
E me lembrei de quando eu não podia trabalhar
Nos dois jornais maiores aqui do Recife
Porque havia uma enorme onda de burrice dominante
Logo depois que começaram a mandar em 64.
E eu não quis sair do Recife e me esconder em SP
Trabalhei num jornal alternativo
E não estou lembrando o nome, mas existiu
E fui fazer uma reportagem com um empresário
Criador de jumentos, mas que estava dizimando-os
Para exportação não lembro como era
Fiz a reportagem e depois faltou algo a dizer
E então fui ao seu escritório na Av. Caxangá
E então ele estava no escritório e não me recebeu
Mas simplesmente não disse que não receberia
Deixou que eu ficasse esperando miseravelmente
Com a secretária oferecendo cafezinho
Acho que é por isso que eu odeio tanto esperar.
Além de estar vivendo sob a ditadura
Aguentava um castigo de um mero burguês
Para defender alguns jumentos inocentes

Olinda, 30.01. 23

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