Agressões ambientais & Politicagem
Num governo errático como o de Bolsonaro, a única certeza que se tem é que virão novos ataques contra os trabalhadores, contra o nosso patrimônio, a nossa soberania e o completo deboche no trato das questões ambientais.
Publicado 29/10/2019 11:49
Primeiro eles procuraram desacreditar os próprios órgãos ambientais (Ibama, ICMBio) e o instituto de pesquisa (INPE) encarregado do monitoramento das queimadas e desmatamento florestal.
Quando o desmatamento saiu do controle e os focos de queimadas explodiram, a reação do governo foi patética e grosseira: tentou jogar a culpa nas ONGs ao invés de tomar medidas, mesmo que tardia, para conter ou minimizar a tragédia que se avolumava.
Na verdade o governo não tinha qualquer interesse na redução das queimadas, como ficou evidente quando se constatou que o chamado “dia do fogo” foi articulado pelos seus aliados. A lógica da equipe do governo atual é predatória, baseada num produtivismo tosco, para quem a natureza nada mais é do que um depósito inesgotável de recursos para atender a ganância de predadores inescrupulosos.
Agora, o mesmo comportamento irresponsável se repete no caso do vazamento de óleo nas praias brasileiras, especialmente do nordeste, coincidentemente uma região contra a qual o presidente já expressou reiteradas manifestações de desprezo, tanto pelo povo como pelas suas lideranças.
Numa atitude caricata e irresponsável, o governo tentou culpar a Venezuela sem apresentar qualquer prova ou evidência que pudesse sustentar suas acusações contra uma nação vizinha e soberana.
Mesmo quando os barris de petróleo flutuaram com o logo da Shell – opa, calma, essa é aliada (deles) – eles não desistiram das provocações contra a Venezuela. Mas resolveram, novamente, incluir as ONGs como potenciais patrocinadoras do dano ambiental num claro intuito de fugir de suas responsabilidades e desviar a atenção das baboseiras que haviam dito.
Esse tipo de gente não tem condições de governar um país complexo como o Brasil, que precisa de trabalho, desenvolvimento, harmonia, tolerância e tranquilidade para superar as chagas sociais que, infelizmente, voltaram a crescer após experimentar razoável redução no período dos governos de centro esquerda.
Mas é compreensível o crescente desconforto do governo e de sua extrema direita. Afinal, como são metafísicos e antidialeticos, eles imaginavam que ficariam eternamente no governo.
A queda brusca na sua popularidade, as derrotas acachapantes de seus aliados na Bolívia e na Argentina, bem como a convulsão social no Chile em decorrência da aplicação dessa política que eles estão aprovando no Brasil indica que a direita e a extrema direita não tem condições de pacificar o país.