Amazônia & aquecimento global
Eu acredito, tal qual o ilustre pesquisador francês Louis Pasteur, que “a ciência é neutra, não o cientista”. Este tem pátria, nação e ideologia, o que explica porque nem sempre suas opiniões são isentas de um forte conteúdo político e ideológico.
Publicado 03/04/2007 22:08
Atualmente os meios de comunicação têm reproduzido tanto opiniões que nos levam a crer que o aquecimento global redundará num colapso ambiental quanto declarações que minimizam e desautorizam esse catastrofismo, especialmente em se tratando de Amazônia.
Em decorrência de sua complexidade, as “certezas” sobre a Amazônia são sempre temerárias, transformando as “verdades” científicas de hoje numa mera aberração do amanhã. Teses como a de que a Amazônia era o pulmão do mundo ou a responsável pelo aquecimento global se transformaram em chacota nos meios científicos responsáveis, quando a própria NASA concluiu que os EUA era o grande responsável pelo aquecimento global.
Atualmente a grande “verdade” é de que haverá uma catástrofe ambiental. Mas esta “certeza” já colocou em campos opostos pesquisadores americanos e ingleses, sugerindo que, a par de eventuais evidências científicas, há uma grande dose de ideologia em torno desse debate.
Declarações de mandatários estrangeiros (americano, francês, alemão, inglês, russo, dentre outros), defendendo uma gestão compartilhada sobre a enorme biodiversidade amazônica são evidências mais do que suficiente desse viés intervencionista.
Curiosamente, sempre que a polêmica envolve questões ambientais, a Amazônia é colocada no centro do debate, embora o Brasil sequer possua cota de redução de emissão de gases de efeito estufa, segundo os critérios do protocolo de Kyoto.
Por quê? A tese de internacionalização da Amazônia nunca saiu de pauta, na medida em que a região ao reunir as três questões essenciais ao desenvolvimento da vida (água, calor e espaço físico) se constitui no último espaço vital disponível do planeta.