Apelo à UGT

Nos últimos anos o movimento sindical brasileiro tem sido vitorioso em suas lutas. Uma das chaves deste sucesso é a unidade de ação das centrais sindicais. Esta unidade tem impulsionado o movimento e garantido o fortalecimento de todos os seus componentes.

Agora, face aos desafios colocados à sociedade e aos trabalhadores pela disputa eleitoral de 2010, o conjunto amplo do movimento vai realizar dia 1º de junho no Pacaembu, a grande Conferência Nacional da Classe Trabalhadora para aprovar a plataforma unitária de reivindicações e lutas e o manifesto dos trabalhadores, a serem apresentados a todos os candidatos.

Ao conseguir avançar com esse propósito as direções sindicais têm evitado os dois obstáculos que em 1982 inviabilizaram a realização da CONCLAT II: a disputa burocrática sobre “quem participa e quem vota” (o famoso artigo 8º) e a incapacidade de resolver sindicalmente os desafios eleitorais (1982 foi o ano em que, apesar da ditadura militar, os governadores voltaram a ser eleitos diretamente com as candidaturas apresentadas pelos partidos que já existiam e os novos).

Com as lições do passado bem assimiladas e com o empenho unitário o movimento fará um ato maciço e representativo de cunho eminentemente sindical, fortalecendo-se nas legítimas disputas partidárias eleitorais de 2010.

Mas ainda falta alguma coisa de peso.

É preciso que a UGT – central respeitável e respeitada – participe junto com a maioria do movimento na realização do encontro sindical.

As razões que levaram a entidade a se afastar da preparação e da realização da conferência do Pacaembu podem ter sido razoáveis; afinal, tratava-se de garantir o caráter não partidário do evento de junho, que não estava assegurado. Hoje, é consenso o tratamento sindical unitário e apartidário do evento. Mudaram as circunstâncias e, portanto, deve-se reavaliar a decisão abstencionista da UGT.

Esse é o apelo. Ainda é tempo e esperamos que a UGT, sob a presidência de Ricardo Patah e com a sensibilidade provada de suas direções, vá ao Pacaembu. Este apelo encontra eco em inúmeras entidades fortes filiadas à UGT e goza do crédito decorrente das experiências positivas de unidade, nas quais a UGT tem se mostrado valorosa.

Reforço o apelo citando o grande poeta Bertolt Brecht:

“Não se afaste de nós

Podemos errar e você pode ter razão, portanto

Não se afaste de nós!

Que o caminho curto é melhor que o longo, ninguém nega

Mas quando alguém o conhece

E não é capaz de mostrá-lo a nós, de que nos serve sua sabedoria.

Seja sábio conosco,

Não se afaste de nós!”

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