Bico de Pena

O colunista Luís Fernando Veríssimo, em recente artigo publicado em todo o país, alertou para a possibilidade da existência de um pacto entre as mais poderosas elites da nação, cujo objetivo central seria a conquista da hegemonia absoluta dos execut

Ora, não me consta que o jornalista seja um louco desvairado, muito menos um provocador profissional ou mesmo amador. Pelo contrário, é considerado um cidadão extremamente ponderado, herdeiro das qualidades e honradez do seu pai, o grande escritor Érico Veríssimo.

Sendo assim, o articulista de projeção e circulação nacional, tirou esta conclusão de uma observação sobre os movimentos políticos no país. E os fatos demonstram que suas observações não são desprovidas de fundamentos.

As bases da novíssima República brasileira encontram-se profundamente desgastadas, desmoralizadas, através de sucessivos escândalos envolvendo praticamente quase todas as suas instâncias.

Paradoxalmente, o presidente da República mantém-se, com folga, na dianteira das pesquisas de opinião pública, provocando temores nas chamadas oligarquias brasileiras, acostumadas em manter as rédeas dos destinos da nação.

As próximas eleições demarcarão um novo ciclo na vida política nacional. A normalidade democrática é superficial. O baixo nível de agressões, denúncias, a queda de prestígio das mais altas esferas dos poderes representativos que sustentam o Estado de Direito no Brasil, são evidentes.

Bons e maus parlamentares são jogados na vala comum dos escândalos quase que diários que assolam o noticiário. Da mesma maneira, governadores, prefeitos, excetuando-se as honrosas exceções. Há um evidente desencanto com os rumos da vida política brasileira.

Cresce o pragmatismo puro e simples no cotidiano do exercício da representação dos mandatos populares. A verticalização das eleições, de uma solução, transformou-se em ajuntamento sem causa, de siglas partidárias, como navios sem bandeiras, a exemplo dos corsários. Não há projetos, bandeiras de lutas, mobilização nacional.

Mais que nunca o poder econômico buscará impor os seus interesses financeiros, misturando, explosivamente, a força do Estado com o interesse privado através de eleições eletrônicas a bico de pena.

Impõe-se a unidade para a resistência em favor do Brasil e de Alagoas.

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