Brasil tem de avançar na política externa

Nada que venha favorecer a integração dos países latino-americanos tem o apoio
da velha mídia conservadora, venal e golpista.

Controlada por meia dúzia de famílias, a chamada grande imprensa brasileira, historicamente, tem-se colocado contra os interesses nacionais, populares e da unidade das nações. Tudo a serviço do imperialismo e das forças obscurantistas, em especial das carcomidas elites
econômicas e do atrasado latifúndio.

Daí a criminalização dos movimentos sociais, notadamente do Movimentos dos
Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), e da tentativa de desestabilização de governos
democráticos e populares como os de Luiz Inácio da Silva e de Dilma Rousseff na
atualidade, e num passado não muito distante contra os governos de Getúlio Vargas,
por defender o monopólio estatal do petróleo e a criação da Petrobras(vale lembrar a
divulgação à exaustão do tristemente célebre relatório Link afirmando que não havia
petróleo em território brasileiro); do presidente Juscelino Kubitschek, por suas políticas
desenvolvimentistas, e depois contra o governo democrático do presidente João
Goulart.

A velha mídia levou Getúlio Vargas ao suicídio em 24 de agosto de 1954, preparou
e apoiou o golpe militar de 1º de abril de 1964 dando respaldo durante os 21 anos
à ditadura militar que infelicitou a nação brasileira. Essa mesma mídia defendeu
as ditaduras na América do Sul e manipulou a opinião pública com suas mentiras,
calúnias, difamações e omissões.

Foi no governo do presidente Lula que o Brasil teve a política externa mais avançada
em toda a sua História. Graças a essa política, o Brasil deixou de ser coadjuvante para
se tornar protagonista no concerto das nações. Foi o presidente Lula o responsável pela
criação do G-20 que passou a se sobrepor ao G-7 com a inclusão dos chamados países
emergentes, com destaque para os BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China, além da África
do Sul.

Como essa política independente do Brasil não interessa ao imperialismo, o baronato
da mídia põe os seus poodles a latir contra quem defenda os interesses nacionais e os
da integração dos países do subcontinente Sul-Americano. É a serviço dos interesses
alienígenas que os colonistas e demais jornalistas amestrados atacam com fúria os
que defendem e querem fortalecer o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União das
Nações Sul-Americanas (Unasul).

Quando o governo brasileiro condenou o golpe militar em Honduras, em 2009, os
amestrados brasileiros utilizaram todo o espaço em rádio, televisão, jornais, revistas
e blogs para atacar vergonhosamente o presidente Lula, principalmente quando ele

aceitou a permanência do presidente deposto Manuel Zelaya na embaixada brasileira.

Agora, com o golpe de Estado no vizinho Paraguai, as forças mais retrógradas com
assento no Congresso Nacional e os jornalistas amestrados não perdem um segundo
sequer para atacar a correta posição brasileira, da Argentina e do Uruguai contra a
deposição do presidente Fernando Lugo, sem que este tivesse o sagrado direito de
defesa, e pelo ingresso da Venezuela.

Os editoriais da velha mídia impressa e principalmente da televisão justificam e
defendem o golpe de Estado no Paraguai e condenam a posição do Brasil, da Argentina
e do Uruguai de suspender temporariamente o Paraguai do Mercosul e da Unasul,
e em especial do ingresso da Venezuela que até agora foi impedida pelo reacionário
senado paraguaio.

A decisão de suspender temporariamente o Paraguai até que haja eleição presidencial
é muito branda para o tamanho do prejuízo à democracia com a deposição de Lugo em
menos de 30 horas e sem direito à defesa. O que os verdadeiros democratas exigem
é uma sansão econômica que deixe os golpistas sem condições de governar. Isto
desencorajaria golpistas de outros países do continente a se aventurarem em derrubar
governos democráticos e populares.

Como líder e a maior potência econômica da América Latina, o Brasil é o país mais
beneficiado com o fortalecimento da democracia e da integração continental.
Qualquer posição em contrário só favorece as forças do atraso e o imperialismo norte-
americano, o maior inimigo da humanidade.

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