Castanha da Amazônia para o Haiti

O terremoto que acometeu o Haiti no dia 12 de janeiro deve deixar 150 mil mortos, segundo previsões do Governo do país. Os milhares de sobreviventes precisam de ajuda de toda a natureza: veículos, alimentos, remédios, água e de gente, muita gente, seja médicos ou pais para as crianças órfãs.

O mundo se mobiliza para tentar reconstruir o que sobrou de Porto Príncipe. As forças de paz brasileiras estão sendo primordiais nesses momentos, desde a ajuda no resgate dos sobreviventes até o auxílio nos hospitais da cidade.

Os Estados Unidos também se mobilizaram e oferecem ajuda humanitária aos sobreviventes. Por um lado, a atitude é louvável e serve como desencargo de consciência para um país conhecido por incitar tantas guerras no mundo e ser responsável por tirar tantas vidas.

Por outro, é preciso ter a consciência de que os Estados Unidos podem estar preparando o terreno para depois cobrar tudo o que forneceu para os haitianos. O preço? A dependência política e financeira, já que os americanos ainda têm como objetivo dominar o maior número de países no mundo.

Cuba, por exemplo, em vez de enviar soldados ao Haiti, reforçou seu contingente com cerca de 400 médicos e paramédicos que trabalhavam no país caribenho antes do terremoto e também autorizou que os Estados Unidos usassem seu espaço aéreo para missões de retirada de feridos do Haiti.

De nossa parte, aqui da imensidão amazônica, mais do que torcida pela pronta recuperação da normalidade naquele país irmão, estamos nos mobilizando para ajudar materialmente, dentro de nossas limitações, com alimento não perecível.

Gostaríamos de mandar peixe e água, que temos em abundância. A logística para tal empreendimento, todavia, é por demais complexa, o que restringe a nossa pretensão.
Assim, o governo do estado do Amazonas decidiu se engajar nessa campanha mundial fornecendo um alimento especial ao povo haitiano. Enviaremos 50 toneladas de “castanha do Brasil”, devidamente processada e embalada por cooperativas de trabalhadores rurais, dentro da filosofia da Zona Franca Verde.

A castanha é uma amêndoa de alto valor nutritivo, especifica da Amazônia, capaz de suprir a necessidade alimentar diária de uma pessoa com apenas 2 amêndoas.

Ademais, representará uma amostra concreta não apenas da nossa fraternidade, mas igualmente de nosso compromisso com o povo haitiano, com o nosso produtor – que fornecerá esse produto – e com a sustentabilidade, que tantos falam e tão poucos praticam.

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