Democracia em Prova

As eleições presidenciais deste ano representam mais um teste em relação às instituições democráticas, que emergiram após os vinte e um de arbítrio em nosso país, iniciado com o golpe de 1964.

Trata-se do período mais longo de relativa normalidade democrática da história contemporânea brasileira. As bases principais das estruturas republicanas em vigor, surgiram da Constituição de 1988, apesar da propalada reforma constitucional, durante os oito anos da gestão do senhor Fernando Henrique Cardoso. Cujos objetivos centravam-se na tentativa de adequação do país às exigências do projeto neoliberal internacional. Tanto na área econômica quanto nos aspectos sociais.


 



Sob o pretexto de que o Brasil precisava inserir-se na nova realidade internacional, flexibilizando as condicionantes às movimentações do capital financeiro mundial e buscando a adoção de legislação trabalhista favorável a esse intento, cresceu a vulnerabilidade do país em todos os sentidos, inclusive a da sua própria soberania.


 



O passo seguinte foi a privatização de empresas estatais fundamentais ao nosso desenvolvimento enquanto nação senhora do seu destino. Privatizações, diga-se de passagem, efetuadas sem critérios, através de escândalos e leilões com moedas podres.


 



Aqui reside o fundamento, a razão da existência da candidatura do senhor Geraldo Alckmin. Porém, no curso da campanha, os institutos de pesquisa mostravam a resistência do povo brasileiro em relação ao passado recente de FHC e ao neoliberalismo. Daí a vacilação do candidato tucano ao abordar a essência do seu programa de privatização.


 



O jornalista Merval Pereira, meio perplexo, disse que a sociedade brasileira é estatizante, razão principal da ascensão do candidato Lula nas pesquisas e o declínio de Alckmin.


 



Restaram a agressão moral, o achincalhe, a promoção do ódio contra o candidato Lula, com o objetivo de sensibilizar os setores médios através do discurso ético. Mas a nação percebeu, até o momento, a verdadeira face da candidatura Alckmin.


 



Sob intenso bombardeio midiático, Lula cresceu com grande apoio social. Segundo o sociólogo Chico de Oliveira, para Gramsci, a hegemonia é 80% de consenso e 20% de violência. Se vitorioso, Lula será presidente consensual e contra uma violência moral absurda.

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