Dignidade
Em épocas como esta procuro entender como o dito mercado financeiro tenta justificar. Sempre há artigos interessantes
Publicado 27/08/2024 11:16

Teto para morar, trabalho para se sustentar, pré-requisitos mínimos para uma vida com dignidade. Sem eles, viramos párias, estamos fora da sociedade. Sociedade cruel que humilha, ridiculariza e espezinha todos os excluídos. Reverter os números alarmantes de falta de emprego e moradia no país, uma meta a ser alcançada.
Bolsa de Valores com alta consistente e dólar, com variações, mas tendência de baixa. Ambiente bem diferente do que era previsto faz um mês. Em épocas como esta procuro entender como o dito mercado financeiro tenta justificar. Sempre há artigos interessantes. Vou ler o Valor Econômico.
20 de agosto de 2024. Começo a folhear as 46 páginas. Muitos textos. Desvio a atenção para duas reportagens que considero muito relevantes, que, para mim, explicam o dia de hoje. Aquilo que se está procurando, a razão maior do atual governo.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. O tema é Bolsa Família. Mais precisamente, os herdeiros dos primeiros beneficiários do Programa, no início dos anos dois mil, nos idos de 2005.
Lembro bem da época. As críticas eram constantes. Usando a frase da canção popular os analistas diziam, “ou lhe mata de vergonha ou desvia o cidadão”. Centravam nos desvios. Afirmavam que a população iria se acostumar e gerações iam viver á custa do Estado. Formar-se-iam gerações de marginais. Seria um desastre para o Brasil.
Bem diferente do propalado, o que diz a pesquisa?
Analisando os jovens de famílias que foram beneficiárias do programa, que à época de 2005 tinham entre 7 e 16 anos, verificou-se que, em 2019, dois terços jamais recorreram a programas de auxílio social. Ao contrário, a metade já teve um emprego formal e mesmo os que estão na informalidade têm tido condições de sobrevivência. Não fazem parte do Cadastro Único para os Programas Sociais, estão sobrevivendo à suas custas. Ou seja, não se acostumaram a viver de programas governamentais.
É verdade que, ainda, analisando o tempo de emprego formal, se têm uma duração pequena, menor de três anos. Também, que a maioria assume funções de baixa remuneração, que são necessárias ações para uma maior estabilidade no emprego. Mas, importante notar que conseguiram se introduzir socialmente, que conseguiram ter fontes de renda, que não dependem do estado.
Qual a lição? Uma grande falácia a de acreditar que as pessoas querem ser parasitas, querem ser sustentadas pelo estado. Todos querem ser respeitados, ser vistos como cidadãos. Prova dos bons resultados dos programas sociais.
A outra reportagem está associada à moradia, mais precisamente ao programa, Minha casa Minha Vida. Programa que quase foi desativado e foi retomado na atual gestão federal. Os dados são alvissareiros.
No ano de 2024 bateremos o recorde de contratações. Poderemos chegar a 650 mil moradias. No ano de 2023 foram 490 mil e se espera para o período de 2023 a 2026 ultrapassar as duas milhões de contratações. Isso significa que mais de oito milhões de brasileiros poderão se orgulhar de ter sua casa própria.
Evidentemente, fruto do aquecimento do mercado de trabalho, das políticas de melhoria das condições de empregabilidade, das mudanças nas condições contratuais que foram implementadas, da maior estabilidade da economia.
Isso, sem comprometer o fundo que lhes dá suporte financeiro, o FGTS. Ou seja, pode-se ampliar consistentemente a oferta de moradias com uma economia estabilizada, com perspectivas positivas para o emprego formal, com redução de juros, com aumento do prazo de amortização. Nada disso compromete financeiramente o sistema habitacional ou o Fundo e vêm ao encontro dos anseios de nossa população.
Boas novas as lidas. Mostra clara que se está avançando, que se têm políticas públicas que se voltam para as reais necessidades de nossa sociedade.
Dignidade, esse devia ser o nome do que se está fazendo, não se quer outra coisa que não seja viver com respeito e ver perspectivas para todos, para o futuro de nossas famílias. Avanços significativos estão sendo dados. Dois bons exemplos.