Eleições & criatividade popular

A dialética nos ensina que todos os fenômenos da natureza e da sociedade são interligados e interdependentes, de onde se pode concluir que as ações sociais coletivas se expressam de acordo com a realidade material objetiva de cada processo, de cada luta,

Infelizmente, durante as ações e os balanços, nem sempre se tira conseqüências apropriadas dessa “coluna vertebral” do marxismo, embora seja pacífico a sua aceitação enquanto princípio teórico.


 


A campanha eleitoral no Amazonas, especialmente as realizadas no interior do estado onde as dificuldades de logística e de comunicação constituem um mundo a parte, tem sido um laboratório fértil para estas observações.


 


A quase totalidade dos municípios do interior sequer tem propaganda eleitoral gratuita. Mas a falta de rádio, televisão e recursos financeiros fazem aflorar a criatividade. As dificuldades – próprias de uma campanha popular – vão sendo superadas com o desenvolvimento de idéias peculiares e de reduzido custo operacional para o material auditivo e visual.


 


O “jingle” de campanha, uma peça publicitária geralmente dispendiosa e restritiva em Manaus, brota com extrema facilidade pelos compositores populares. Alguns de nossos candidatos a prefeito chegam mesmo a ter um CD com 12 faixas. As bandeiras de plástico são substituídas por tecidos simples, de todas as cores (vermelha, branca, azul, lilás, rosa, amarela), onde o 65 é escrito em letras garrafais. Os carros são substituídos por bicicletas, animais ou canoas rústica, onde as bandeiras multicoloridas do 65 tremulam vigorosamente.


 


O mais importante de tudo isso, todavia, é a festa, a festa do povo quando se reúne em praça pública para participar dos comícios de nossos candidatos do PCdoB. É muito provável que aquele povo e até mesmo os candidatos, geralmente recém filiados ao partido, não tenham maior conhecimento da teoria marxista e nem mesmo do programa do PCdoB, mas eles estão construindo um grande partido de massas, exercitando teoria e prática, espalhando a sigla do partido pela imensidão amazônica.
E, igualmente importante, é que junto com a sigla do partido vai se construindo entidades de massa como UBM e UJS, cujas bandeiras e símbolos se perfilham as do partido nas grandes manifestações de massa.


 


São milhares de pessoas, de todas as camadas sociais, empunhando as bandeiras multicoloridas do 65 do PCdoB. Gritam palavras de ordem, cantam as músicas, se apaixonam pela causa e com alegria vão ajudando a construir a história do PCdoB no Amazonas e no Brasil.

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