Esquerda no poder: a responsabilidade de dar certo

Embora o início da campanha eleitoral ainda esteja morno, a tendência a partir de agora é que as ruas de Manaus sejam tomadas pelas candidaturas a prefeito e prefeita.

Como mencionei anteriormente em coluna deste veículo, Manaus tem tradição de voto progressista e, nessas eleições, seus eleitores terão seu trabalho extremamente simplificado, na medida em que nunca esteve tão evidente a composição das chapas que estão disputando a prefeitura de Manaus.

De um lado a candidatura de Vanessa representa esse lado progressista, instituído no País em 2002, com a eleição de Lula. Ela tem ao seu lado os movimentos sociais, o PT com o candidato a vice-prefeito e partidos de esquerda e centro. Tem ainda o apoio do governador Omar Aziz e do senador Eduardo Braga, líder da presidente Dilma, no Senado.

Do outro lado, duas candidaturas representam o lado conservador e são lideradas pelo PSDB e DEM, antigo PFL.

Portanto, as cartas estão na mesa.

Ou se vota no projeto que representa a valorização do salário mínimo, que retirou 20 milhões de brasileiros da linha da pobreza, que deu acesso aos jovens à universidade e acesso à população à moradia; ou se vota no projeto derrotado lá atrás, em 2002, que defendia a política de privatizações, quase acaba com as universidades públicas e com a Zona Franca de Manaus e defendia um salário mínimo de US$ 100 (o equivalente a pouco mais de R$ 200).

Manaus precisa de projetos progressistas, afinal tem o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do País, sendo a única capital da Amazônia entre os dez maiores PIB, mas suas gestões municipais não acompanharam essa evolução. Falta água para a população, saúde, transporte público, o trânsito é caótico.

O (a) próximo (a) prefeito (a) terá em suas mãos uma árdua e difícil missão: tentar reverter esse quadro. Não é impossível, porém não será fácil. Com senso de responsabilidade, ligação com o povo  , principalmente, comprometimento, as coisas irão sendo arrumadas.

A esquerda, nesse caso, tem dupla responsabilidade: fazer a cidade melhorar e a gestão dar certo. Caso contrário, pode não ter outra chance. Vide o governo Lula. Dilma foi eleita pelo trabalho desempenhado pelo ex-metalúrgico à frente do País. E esse governo ainda deve deixar a direita chateada pelos próximos seis anos, afinal, no ritmo que vai Dilma deve continuar à frente da presidência até pelo menos 2018.

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