Fantasmas existem e insistem

Meus fantasmas estão me rondando ultimamente, me puxando pelo pé como todo bom fantasma, à noite enquanto durmo e durante o dia, o que é muito pior, pois estou dirigindo, ou trabalhando, não posso sentir medo dos mortos. Não são assombros amiúde, mas do nada sopram gelado em meu coração. São defuntos enterrados há tempos, cada qual em seu tempo. Foram enterrados com funeral, choradeira e velas. Tudo a que tinham direito, menos reza. Que reza não sei fazer. Mas, quando menos se espera eles se viram em almas penadas e voltam a me cutucar. São defuntos de amores, de amigo ingrato, de dores e dissabores que vida traz. Fazem-me lembrar de meus defeitos, de minhas fragilidades. Fantasma é assim mesmo, vêm das profundezas.

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