Igualdade racial 

Desde a sua fundação, São Paulo sempre deu abrigo e oportunidades para imigrantes de diversas partes do mundo.

Construída por indígenas, brancos e negros, São Paulo possui a vocação da diversidade racial. Mas nunca é lembrada por ser a cidade mais negra do Brasil – mais de 4 milhões de habitantes da capital, segundo o IBGE, se declaram negros.

Quando fui convidado a participar da gestão do prefeito Fernando Haddad, eu sabia que seria um grande desafio, mas, ao mesmo tempo, uma imensa honra e responsabilidade estar ao lado de um gestor público que, com algumas ações certeiras, modificou de forma radical a presença do negro no ensino superior brasileiro.

Ao criar programas como o Prouni, com o recorte de cotas raciais, o então Ministro da Educação Haddad conseguiu colocar mais negros nas universidades, em seis anos de gestão, do que em toda a história da educação no Brasil. Nós, negros, adentramos o século 21 ocupando apenas 2% dos bancos das universidades. Hoje, 15 anos depois, somos mais de 20%!

A Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR), na qual me orgulho de atuar há um ano como secretário adjunto e agora como titular, tem muito a fazer na cidade de São Paulo.

Vamos ampliar e consolidar as políticas afirmativas, além de estimular o desenvolvimento econômico dos mais excluídos. O ‘São Paulo Diverso’, fórum de desenvolvimento econômico inclusivo, no qual estive à frente nos últimos meses, é, seguramente, um dos maiores movimentos de inclusão de negros na economia em nosso país e será uma das bases do nosso trabalho

Hoje, mais de cem empresas sediadas na capital, em sua maioria multinacionais, estão juntas num projeto com a Secretaria na construção de uma política concreta de contratação e ascensão de negros nos seus quadros internos.

Esse é só o começo, para aprofundarmos políticas afirmativas que vão muito além das cotas nas universidades.

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