Malki Mirhan: a Saga de uma Família

Como tenho feito nos últimos anos desta coluna, a primeira que escrevo no ano costumo falar de família, apresentar planos e propostas e construir alguns sonhos. Este 2008, quero falar de alguns dos meus ancestrais, que vieram do longínquo Oriente Médio e,

Uma ancestralidade remota



Poucas são as famílias que conhecem seus antepassados. Mas, apesar de sempre dizer que somos brasileiros antes de tudo, sempre fui defensor de que as pessoas possam conhecer e mesmo aprofundar suas raízes históricas, conhecer seus ancestrais, suas origens e raízes, enfim, saber sua história pessoal e familiar.



No nosso caso, as coisas ficam mais difíceis. Até porque, eu pessoalmente, devo ser a nona ou a décima geração de uma família que deve remontar a pelo menos 300 anos de existência. O debate sobre a origem étnica de nossa família vem sendo travado há pelo menos 20 anos com um primo de minha mãe, que tem 80 anos e mora, desde 1949 (diáspora Palestina), nos Estados Unidos. Seu nome é Salém Malki Mirhan, mas ela adotou o nome de “Sam Malki” em território americano. Ele, como eu, pesquisamos muitas coisas, mas os dados que ele possui são maiores, até porque ele tem mais idade, visitou vários países do Oriente Médio e recebeu informações orais com maior densidade do que as que eu possuo.



O conceito de nacionalidade, tal qual conhecemos na atualidade, de estados nacionais, vem do final da guerra franco-prussiana e da chamada Paz de Westfália, estabelecida em 1871. A partir desse momento, a Europa é dividida em estados nacionais, que vinham se consolidando, alguns já há alguns séculos, mas que vão tomar o seu contorno depois disso. No caso dos países do Oriente Médio a formação dos estados nacionais árabes que conhecemos hoje (23 países), vai se consolidar mesmo só no século XX, depois que as potências européias – França e Inglaterra – dividem o botim do Oriente entre si, como vencedoras da I Guerra Mundial.



O meu avô, com quem fui criado até a sua morte em 1968, chamava-se Ibrahim Malki Mirhan (Abrão). Nasceu no final do século XIX, mais precisamente em 15 de outubro de 1896 e aportou na cidade de Corumbá (MS), viajando no Vapor “Ladário”, no dia 13 de julho de 1913. Tinha à época apenas 17 anos (incompletos ainda). Veio com seu irmão mais velho, Jibril Malki Mirhan (Gabriel). Estabeleceram-se na cidade e tornaram-se comerciantes. Declararam-se sírios na alfândega (e o eram mesmo) e falavam apenas e tão somente a língua árabe.



No entanto, os seus – e nossos – ancestrais eram de um povo que já não existe mais e que se perdeu com o tempo, mas que sobreviveram descendentes em uma região que já foi chamada de Turquia Asiática e onde hoje se situa a Síria como país propriamente dito. Esse povo ancestral são os Assírios, cujo último rei foi Assurbanipal II, morto por volta de 800 anos antes de Cristo. O império Assírio foi um dos maiores da antiguidade clássica dominando o que hoje é a Turquia, Armênia, Irã (Pérsia), todos os países árabes, norte da África (especialmente o Egito) e parte da Europa (Grécia e países vizinhos). Legaram para a humanidade um grande saber e um grande conhecimento. Esse império, como todos os outros que a humanidade conheceu, sucumbiu aos ataques dos Medas e dos Babilônios.



Os descendentes dos assírios, são conhecidos hoje como Sirian ou Sirianis e moram, esmagadoramente no que hoje conhecemos como Síria e são, portanto, sírios na atualidade. Assim como os egípcios da época dos faraós não eram árabes e como os libaneses ancestrais eram os fenícios, os antigos assírios viraram sirianis e hoje são sírios.



A região que os ancestrais de meu avô nasceram fica situada próximo da cidade Síria de Qamishli, no Norte do país. São povoados milenares, alguns com mais de três mil anos de vida ininterrupta, como são os casos das cidades de Enhil e Midyat, hoje sob possessão da Turquia. Nessas localidades, distantes 30 quilômetros da fronteira Síria, por volta do século IV da nossa era cristã, foi fundada a Igreja Sirian Ortodoxa, ainda muito forte na região, ainda que hoje os cristãos sejam minorias nessas localidades pela força que tem o islamismo, mas convivem em paz e em harmonia.



O império que dominava a região, era o Império Otomano, desde o fortalecimento dos sejúlcidas no final do século XV. O Império seguiria sendo islâmico, mas passaria das mãos dos árabes para as mãos dos otomanos com a queda de Constantinopla, atual Istambul (1492). O conceito de “turco” vem de 1923, com a fundação da Turquia, como república autônoma e após o fim do Império Otomano. Ela foi estabelecida por Mustafá Kemal, conhecido como “Ataturk” (pai dos turcos). Muitos árabes que imigraram para o Brasil antes dessa data, vieram com passaporte otomano e por isso a confusão com “turcos”.



O aspecto mais preponderante para definir o conceito de “povo”, é, sem dúvida alguma, a língua que se fala. Vejamos o caso de dois povos que reivindicam sua autonomia e seu país próprio, desmembrados da Espanha. É o caso dos Bascos e dos Galegos, que reivindicam a criação do País Basco e da Galícia e falam línguas e dialetos próprios. A mesma coisa para os curdos, no Norte do Iraque, do armênio, na Armênio (que só constituíram seu país com a União Soviética) e tantos outros.



Os assírios e os sirianis, foram “arabizados”, por assim dizer. Até porque árabes mesmo na época de Maomé – século VII – eram as tribos que viviam na península Arábica, hoje Arábia Saudita e Iêmen. Com a expansão do Império até meados de 750, povos inteiros foram “arabizados” e a cultura e a língua árabe foi ampliada e expandida, bem como, claro, a religião islâmica, que ia no rastro do império. Quando falamos da língua “siríaca” falamos de uma linguagem de origem aramaica que era falada pelos assírios e posteriormente pelos sírios, que hoje derivou o árabe. Isso é assim em todo o chamado “Crescente Fértil”.



Assim, os povos que moravam na região que meus ancestrais viveram falavam o árabe, cultuavam a música árabe, escreviam em árabe, pois foram arabizados, mas viviam sob um império Otomano. Essa região era conhecida como “Entre Vales” (Enhil) e ficavam na Alta Mesopotâmia, entre os rio Tigre e Eufrates. Se considerarmos os quase três mil anos que esse povo dessa região morou, eles viveram sob domínio dos seguintes impérios que por lá passaram e deixaram suas marcas e raízes: Assírios, Medas, Persas, Macedônios, Romanos, Bizantinos, Abássidas (árabes), Sejúlcidas (árabes) e Otomanos. Assim, os assírios são os povos mais antigos que residem na região e seus descendentes por lá permaneceram, mas sem uma identidade nacional.



Ocorre que no final do Império Turco, final do século XIX e início do XX, a região concentrava forte presença de árabes, armênios e curdos. As perseguições e limpezas étnicas tiveram início, que culminou com o massacre turco dos armênios em 1915, não reconhecido até hoje pela Turquia. Fala-se em mais de um milhão de mortes. Minha avó, Aznif Dichian Dicran Mirhan (1903-1970), de descendência Armênia, teve que migrar com sua família. Ela acabou nascendo na cidade Síria de Alepo (Hallab em árabe), vindo ao Brasil para casar com um árabe em Corumbá em 1922. O destino fez ela conhecer meu avô Ibrahim e, apaixonada, desfez os tratos anteriores e casou-se com ele em 1924. Vovó Aznif faleceu na cidade de Campinas, aos 67 anos, em 4 de janeiro de 1970.



Essas perseguições a árabes, curdos e armênios, acelerou as ondas migratórias para países que mais acolhiam os árabes propriamente dita, pela proximidade. Assim, a Síria e a cidade de Qamishli, foi o destino da maior parte dos meus ancestrais assírios e sirianis. Parte da família ficou na própria Síria, a outra parte foi para a Palestina e uma parte para a Jordânia. Assim, temos parentes nesses três países, mas a sua maioria é Síria.



A família Malki Mirhan



A história oral, neste caso, é a nossa maior e melhor fonte. Muitas vezes a única fonte. Meu tio Sam, jordaniano-americano, cujo pai Youssef Malki Mirhan viveu entre 1894 a 1959, é a minha principal fonte. Ele ouviu de seu pai, histórias contadas pelo seu avô – no caso meu bisavô – que se chamava Malki Mirhan e viveu entre os anos de 1845 e 1915, provavelmente morto no massacre e genocídio de povos do Norte da Síria.



Nosso ancestral mais antigo, provavelmente nascido em 1755, no povoado de Enhil, de população siriani (Sudoeste da Turquia e Noroeste da Síria), centro de peregrinação da Igreja Sirian Ortodoxa do Oriente (cujas missas até hoje são celebradas em árabe e aramaico, língua original de Cristo) chamava-se “Arabte”. Esse pequeno povoado, ficava nas redondezas de outras duas cidades assírias, que eram Midyat e Mardin. Conta que “Arabte” foi o fundador do povoado e líder tribal de 75 famílias, que foram forçadas, tempos depois a migrarem para países árabes, vítimas de perseguição e discriminação com sirianis, descendentes de assírios.



Não sabemos quantos filhos ele teve, mais seu filho mais velho, provavelmente nascido em 1785, chamava-se, pelo apelido de “Mirkhan” (que escrevemos no Ocidente “Mirhan''). Conta que foi um homem de muita sabedoria, um líder guerreiro experiente que soube defender a sua tribo e que soube administrar bem os assuntos econômicos e sociais de sua comunidade. Tiveram que lutar sempre para defender as suas terras dos otomanos.



Aqui um pouco de interpretação, uma das possíveis pelo menos, sobre o significado da palavra “Mirhan”. Meu tio jordano-americano tem uma e eu tenho outra. De qualquer forma, ambas podem estar certo, mas com base em fontes diferentes. A dele é que a palavra “Mir”, vem da região da Ásia Menor e quer dizer “a comunidade do povo”, onde moravam as famílias da tribo dos nossos ancestrais e “Khan”, quer dizer caudilho, chefe tribal, ou seja, “Chefe de uma comunidade do povo”.



A minha interpretação é mais árabe, mais Síria. Na Síria, o único país árabe onde a palavra “Khan” quer dizer “estalagem” ou “estrebaria”, ou local onde caravanas paravam para se abastecer e seguir viagem, vindo da Índia, China ou Rússia, seguindo viagem para a Europa, com suas preciosidades, sedas, especiarias. Nossa família, que liderava essas comunidades, tinha na verdade a tarefa de hospedar esses viajantes e comerciantes. A parte do nome “Mir” em de Emir, que em árabe quer dizer “Chefe, príncipe”. Assim, esse meu tetravô era o “Chefe” da rede de hotéis disponíveis na época.



Também aqui não sabemos quantos filhos Mirhan teve. Mas, quem o sucedeu foi seu filho mais velho, que se chamava Youssef (“José”) e provavelmente veio a nascer em 1815. por fim, chegamos ao meu bisavô árabe, cujo nome acabou ficando uma junção de dois nomes árabes e se chamava “Malki Mirhan”, nascido em 1845. A palavra “Malki” é um nome comum no Oriente. Ele é um nome bíblico. Pode-se falar “Malko” ou “Mulkey” (como se fala nos EUA) ou “Melchi”, que vem de “Melquisedeque”, nome citado na Bíblia, no Gênesis, 14-18 (tradução do rei James da Inglaterra). “Malki” ou “Maliki” em árabe quer dizer “Rei” e “Malika”, rainha. Isso reforça a tese de chefe, caudilho, príncipe etc.



Os descendentes de Malki Mirhan



Aqui as informações e dados começam a ficar mais precisos, ainda que não sua totalidade. Malki Mirhan teve sete filhos, sendo apenas uma mulher. São os seguintes os seus filhos:


 


Jibril Jabr Malki Mirhan – viveu entre 1875 e 1928. Morreu na cidade de Corumbá, MS, onde esta enterrado. Teve três filhos, todos homens. A saber: Bechara Jabr (05/06/1905 a 2000?), Palestino. Era casado com a tia Maria, que era Palestina. Teve como filhos, todos ainda vivos: Isabel, Catarina, Vitória (esta nascida em Jerusalém) e Najat. A tia Isabel, com quem mais tenho contato, pois é viúva de meu tio José, teve quatro filhas, minhas primas, a saber: Eliane, Luciane, Márcia e Marta; Jamil que teve como filhos Jamile, Mário e Vitor (da qual quase não temos informações), mas todos nascidos no Brasil. Ra casado com Jovina; e Issa, que teve pelo menos dois filhos, Gabriel e Adélia;


 


Simon Malki Mirhan – viveu entre 1882 e 1911. Ao que saibamos, deixou um filho, chamado Tony, que morreu nos EUA em 1960, que por sua vez deixou dois netos;


 


Sayde Malki Mirhan – a única filha mulher, viveu entre 1887 e 1927 e não temos notícias se deixou descendentes;



Hanna Malki Mirhan – viveu entre 1891 e 1962 e deixou pelo menos um filho, Simon, nascido em 1913, que por sua vez deixou dois filhos e quatro netos, todos morando nos Estados Unidos;



Kalil Malki Mirhan – nasceu em Belém, na Palestina entre 1905 e 1970. Não temos informações sobre herdeiros;



Youssef Malki Mirhan – foi casado com Salma e viveu entre 1894 e 1959, falecendo nos Estados Unidos. De família mais numerosa, deixou como filhos: Najib (1914-1978); Badia (Jordaniana), nasceu em 1917, tem dois filhos e duas filhas e 13 netos; George (nascido na Jordânia em 13/3/1923 com dois filhos e duas filhas e cinco netos); Mary (Palestina de Jerusalém, nascida em 6/1/1903 com um filho apenas); Anton (também de Jerusalém, Palestina, nasceu em 15/1/1933 com um filho somente); Hanna (Também palestino de Jerusalém, nascido em 10/12/1938 com uma filha e três filhos, é o caçula). Por fim, meu tio Sam nascido na Jordânia, mas de nacionalidade americana. Ele nasceu em Amã em 11 de abril de 1927, tendo completado ano passado 80 anos de boa saúde. Ele é nosso parente árabe com o qual temos maior contato e minha filha esteve em sua casa na Califórnia vários dias há cinco anos e foi carinhosamente bem recebido junto com o seu noivo. Espero conhecê-lo em breve para completarmos nossos estudos da árvore genealógica de nossa grande família.



Ibrahim Malki Mirhan



Deixei para o final falar de meu avô, com o qual convive mais tempo, apesar de não ser o seu neto mais velho. Como minha mãe separou-se de meu pais quando eu nem sequer havia completado dois anos de idade, acabamos vivendo com meu avô e minha avó. Cresci na convivência com eles que falavam somente em árabe dentro de casa. Por uma questão até religiosa – meus avós eram cristãos ortodoxos – eles acabaram quase não ensinando árabe para seus cinco filhos. Se fossem muçulmanos, isso ocorreria até por necessidade de leitura do Corão na língua original em que foi escrito, o árabe clássico.



Meu avô foi um comerciante próspero na cidade de Corumbá, muito respeitado. Criou cinco filhos, sendo duas mulheres e três homens. Vinha sempre para São Paulo, onde fazia compras e mantinha um apartamento na cidade. Meus tios me contaram que quando a ONU aprovou a criação do estado de Israel, dividindo a Palestina, em 29 de novembro de 1947, meu avô Ibrahim, furioso, escreveu um artigo no jornal de maior circulação na minha cidade Corumbá (à época, uma das maiores do país, por ser importante porto comercial da bacia do Prata, às margens do rio Paraguai).



Cresci me alimentando de comida árabe que comíamos quase todos os dias em casa (talvez por isso de eu ter sido “gordinho” a vida toda). Meu avô assinava revistas em árabes, ás quais eu achava curioso ter que folheá-las de trás para frente. Tinha fascinação pela língua e pela música árabe, que cresci ouvindo sempre. Ainda hoje quando ouço – e pratico um pouco a língua – me causa uma emoção que remonta imediatamente à minha infância. Nos aniversários com os parentes e amigos árabes da família minha avó tinha orgulho quando, em uma roda de muitas pessoas, com menos de dez anos, eu cantava diversas músicas árabes, em especial “Ben El Giran”, de Mohamed El Bakkar (que quer dizer “a filha do vizinho”).



Lembro-me de ter visto várias vezes na capa das revistas o saudoso Gamal Abdel Nasser, presidente do Egito entre 1954 a 1970. Os contos que minha avó recitava para mim em minha infância eram as “Mil e uma noites”. Cresci ouvindo e acreditando em histórias como a de tapetes mágicos, portas que se abriam com a palavra “Abre-te Sésamo”, acreditava em lâmpadas magias, Aladim, Simbad, Ali Babá e tantos outros personagens. Parece que as frutas do Oriente que minha avó descrevia eram melhores que as nossas. Sonhava em andar de camelos, que meus avós andaram.



Parte de nossa família manteve o sobrenome “Malki Mirhan” e outra parte, a que migrou para os Estados Unidos e um pedaço da que veio ao Brasil, ficou com o sobrenome “Malki” apenas, com sonoridade mais árabe. De qualquer forma, nossa família, cujo patriarca maior, meu bisavô, chamava-se Malki e adotou o apelido de seu pai, que virou sobrenome de família, que era Mirhan. Assim, todos os seus sete filhos são “Malki Mirhan”. Meu pai, da família Xavier de Carvalho, acabou não colocando no meu registro de nascimento o nome de minha mãe, Mirhan, que eu usei nas escolas até os meus 11 anos e hoje uso sempre em alguns artigos que tenho produzido sobre questões de Oriente Médio.



Aquele fatídico dia 27 de março de 1968, estudante que era do Liceu Salesiano de Campinas, recebi a visita de meu tio Hélio, que havia ido me buscar. Meu avô, com o qual eu tinha imensas ligações, havia falecido com 72 anos. Sua saúde não vinha bem havia tempos e não resistiu. Foi um choque, como se eu tivesse perdido um pai que ele fora para mim, ao qual devo muito pela paixão que tenho pelo Oriente, pelos árabes e pela Síria, país que considero minha segunda pátria e que ainda hei de morar lá um período de minha vida, sonho antigo que acalento desde pequeno. Fiquei, com 12 anos que tinha ainda incompleto, quase o tempo todo ao lado de seu caixão. Emocionou-me muito ver meus dois tios, Amil e José, chorarem copiosamente ao lado do caixão e, ao seu fechamento, ambos gritarem emocionados, “Obrigado meu pai, por tudo que fizestes por nós”.



Assim, para efeitos de registro histórico, deixo aqui os descendentes de meu saudoso avô Ibrahim, de quem guardo imensas alegrias.



Georgeta Mirhan (nascida em 24 de maio de 1933). Minha querida e amada mãe, que me ensinou muito do que sei, das histórias que aprendi da família, especialmente do amor pelos mais velhos e pelos nossos ancestrais. Casou com Lejeune, meu pai, com qual teve mais um filho, meu irmão Salvador Mirhan (1958-1995);



Olga Mirhan Vaz (nascida em 20 de dezembro de 1925, já falecida). Casou-se com Hélio Rabelo Vaz e com ele teve cinco filhos: Wilson, Heraldo, Sônia, José Luciano e Maria Rosália;



Celestino Marcos Mirhan único filho a não se casar. Nasceu em 6 de abril de 1931 e faleceu jovem, em 17 de setembro de 1973, morrendo com 42 anos;



José Mirha (teve um erro de registro em seu nome no cartório), nasceu em Corumbá em 19 de março de 1928 (completaria 80 anos agora em março próximo). Morreu jovem, em 10 de novembro de 1986, de enfarte. Era promotor público e procurador aposentado, deixando minha tia viúva (Isabel Malki, sua prima e esposa, companheira de todos os momentos), do tio José guardo a imagem de sua prisão, quando tinha oito anos apenas, em 1964, na época da ditadura militar. Isso me marcou profundamente e carrego hoje essa imagem que fortalece meus ideais de lutar por um mundo justo e solidário. Tio José teve quatro filhas: Eliane, Luciane, Márcia e Marta, que lhes deram a à minha tia nove netos;



Amil Mirhan, nascido em 18 de janeiro de 1927, completou no ano passado 80 anos. Foi um dos comerciantes mais prósperos de Corumbá, que sucedeu ao meu avô. Casado com minha tia Lili (Nilza), de tradicional família libanesa de Zahle (família Seror), teve quatro filhos, todos homens e que lhe deixaram muitos netos, na maioria usando o sobrenome “Mirhan”. São eles os meus primos: Waldyr, Ricardo, Nelson e Amil Marcos (este último da minha idade, eu tendo nascido em 22 de dezembro de 1956 ele quatro dias depois).



São parte dos meus sonhos um dia reunir mais dados e informações de nossa família, visitar locais de nossos ancestrais na Síria, Jordânia, Palestina e mesmo na região Assíria do Sudeste da Turquia. Abrirei um dia uma página na Internet, onde colocarei as quase cem fotos que selecionei de álbuns de meus parentes que me emprestaram para essa finalidade. Para isso contarei com a ajuda de meu tio e primo dos Estados Unidos, Sam Malki, o lado “Malki” da família “Malki Mirhan”, que o mundo ainda vai se orgulhar muito um dia.



PS: a partir desta edição da coluna, que leva o número – de controle interno meu – de 280, passo a assinar como “Lejeune Mirhan”, que será o nome familiar dos que me conhecem por Lejeune Mato Grosso Xavier de Carvalho.

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