Mantra da democracia: “Dividir o campo de lá e unificar o campo de cá”

Derrotar o bolsonarismo exige dividir o campo de lá e unificar o campo de cá, essa premissa foge do puritanismo, guetização e do conforto político, esse, é o sacrifício para constituir uma unidade de frente ampla capaz de defender o estado democrático de direito e derrotar a direita de caráter fascista.

Os índices de aprovação do Governo Bolsonaro têm caído, entretanto, ainda, lidera as pesquisas eleitorais para presidência da república. As pesquisas realizadas pelo Instituto MDA, Bolsonaro aparece na frente com  29,1% – (pesquisa realizada em 15 a 18 de janeiro) e já na  consultoria política Atlas Político,  ele,  lidera  com 41%  ( pesquisa realizada em  07 a 09 de fevereiro). Esses dados demonstram que o atual governo tem força política numérica.

A base de apoiadores de Bolsonaro é orgânica, odiosa, normatizada e economicamente elitizada, mas que se pulveriza nas camadas populares por diversos veículos.  Vale destacar que o eleitorado evangélico representa quase um terço da população brasileira e que indiscutivelmente estão na base de apoio do atual governo. Dos 513 deputados federais, 107 são evangélicos e no senado são 15, dos 81 senadores. O que demonstra organicidade entre os parlamentes e as suas organizações religiosas que estão espalhadas nas diversas periferias brasileiras.   Nas eleições municipais devem ampliar o seu quantitativo de vereadores. Na Igreja Católica alguns segmentos combatem o Papa Francisco e apoiam o bolsonarismo.  

Além dos religiosos, organizações suprapartidárias de direita de forma direta e indireta apoiam o bolsonarismo (conservadores, liberais e integralistas). O General Mourão, vice-presidente da república, é uma articulação do PRTB, partido que tem ligações com a Frente Integralista Brasileira – FIB e que é presidido por José Levy Fidelix.  

Neste bojo, militares e milicianos também incorporam o seu apoio. A greve dos Policiais Militares no Ceará foi um exemplo, alguns militares apareceram com camisas com a imagem de Bolsonaro.  A bancada da Bala no Congresso Nacional tem 304 deputados de vários partidos, a maioria governistas. Empresários e ruralistas com mandatos parlamentes compõe também esse leque de apoio.

A engenharia política de Bolsonaro inclui ainda técnicas de microtargeting e profiling, que faz com quem ele defina público, desperte interesse e consiga apoio engajados nas redes sociais. Sem contabilizar os disparos de robôs e as notícias impulsionadas.     

O inimigo é real e não pode ser subestimado. Não é o bobalhão, o que ele fala, faz total sentido para os seus seguidores e tem ressonância política e capilaridade nas periferias e nos casarões.

É preciso uma frente ampla que ultrapasse o campo da esquerda e que dívida a direita. Necessitamos ocupar os espaços de base comunitária, as redes sociais, as ruas e os espaços institucionais. Precisamos ocupar e permanecer vigilantes, conquistar mentes e corações. Reinventar as formas de caminhar, sem perder o norte do caminho.

É preciso barrar o bolsonarismo. Frente ampla que aglutine religiosos, militares comprometidos com a democracia, democratas, progressistas, movimentos identitários, ativistas e segmentos descontentes com atual governo e que historicamente não são do nosso campo ideológico.

Na política, a matemática nem sempre é a soma das boas ideias, mas leva em consideração as variantes das condições objetivas e o quantitativo de articulações e mobilizações de cada força política.

Precisamos criar as condições favoráveis para derrotar o bolsonarista. O isolamento, o sectarismo e o fechamento de portas neste momento é um suicídio predeterminado para democracia.   

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