Migliaccio – O Brasileiro em Cena

Documentário apresenta trajetória de um personagem que atravessou a dramaturgia brasileira do século passado e protagonizou alguns de seus momentos mais relevantes.

Imagem divulgação do documentário "Migliaccio: O Brasileiro em Cena"

A GloboNews exibiu esse documentário ontem a partir das 23 horas. Trata-se de uma produção da Afinal Filmes, que deve ser uma empresa ligada a Flávio Migliaccio, e produção também da Globo Filmes. É um documentário sobre o artista que tem quatro pessoas realizando o roteiro, inclusive o filho Marcelo Migliaccio, e a direção também é coletiva, de Alexandre Rocha, João Mariano e Marcelo Pedrazzi.

Mas a verdade é que temos algo parecido com uma entrevista ilustrada. Isto é, uma entrevista que, além de acompanhar os momentos de vida narrados, também acompanha, exibe trechos de trabalhos feitos particularmente em séries da televisão.

Além de ser um brasileiro em cena, Flávio Migliaccio sempre formou um trio de maiores atores brasileiros com Emmanuel Cavalcanti e  Jofre Soares. Não é que eles sejam maiores atores porque o nosso país tem uma imensa gama de grandes atores ou atrizes. Mas é que eles foram ou são uma espécie de atores que na época em que não havia verbas para pagar intérpretes, eles estavam sempre disponíveis.

O filme “Migliaccio, um brasileiro em cena” tem duração de 1h26 e praticamente não há outra presença em contracena. É o próprio Flávio que conduz com sua narrativa. E o faz com uma naturalidade que é a sua própria forma de viver. Não mostra só o ator, mas totalmente a sua maneira de se conduzir enquanto ser vivo. Diz sem subterfúgio como ele quis viver e claramente conseguiu.

Ele conseguiu uma grande popularidade justamente porque viveu figuras na televisão e nem Jofre e nem Emanuel conseguiram. Mas declara e mostra que eles três eram e são pessoas que foram atores ‘amadores’. O profissionalismo não matou a criatividade deles.

Olinda, 01.05.23

Enquanto Lula caminhar

Assisti até agora, 23h34 do dia 31 de maio de 2023, a uma tragédia vivida não num palco, mas simplesmente nos palácios de Brasília criados por Niemeyer. Tragédia vivida pelos políticos, mas não simplesmente assistida pelo povo brasileiro, mas vivida. Porque as consequências dessa pornô tragédia, se é vivida pelos políticos, é totalmente sofrida por nós população deste país. Para aprovar a nova grade ministerial que criou para seu Governo, Lula teve que realizar uma reforma ministerial e ainda liberar 1 bilhão e 700 milhões de reais. A questão é que em geral todos nós sabemos que esses bilhões dessa forma são jogados em pequenas obras, que no máximo irão agradar aos Prefeitos de municípios, e por sua vez aos deputados que foram anteriormente ajudados a serem eleitos por esses Prefeitos. Um bilhão e setecentos milhões poderiam ser aplicados na Educação ou na Saúde, em obras mais consistentes e não dissolvidos em obras talvez importantes para fazer politicagem. E assim tivemos ainda o prejuízo de criar um retrato claro de que somos uma republiqueta no olhar de todos os demais países.

A verdade verdadeira, todavia, é de que só tivemos a aprovação da Medida Provisória porque Lula é um político de extrema sagacidade, senão já teria sido engolido por Lira, e mesmo sem Bolsonaro o país estaria continuando naquele frangalho de corrupção que era durante todo o período do governo anterior.

Interessante é como o mundo de hoje, mesmo em qualquer pequeno país, conta com equipamentos de extrema capacidade técnica e assim os fatos acontecem na frente das pessoas, e assim tudo é às claras, e só não é revista e vivida por todos porque muitos preferem não ver mesmo. Infelizmente, quase metade da população prefere receber pequenos quinhões pessoais do que pensar na existência de um país realmente mais justo para todos.

Nesse dia de hoje também ouvi sobre uma notícia ocorrida em São Paulo, em que uma menina burguesa saiu pelas ruas distribuindo com meninos negros bananas e macacos (de plástico), e dizendo que isso era uma ‘pegadinha’. Expressão clara de em que tipo de mundo estamos convivendo. Nos anos ‘passados’ (não sei realmente de quando a quando), as pessoas não agiam tão descaradamente e isso principalmente em função da ação das Igrejas. E estas hoje foram quase totalmente descartadas. A força da filosofia colocada no mundo por Karl Marx reflete uma presença fundamental nessa situação social do mundo, mas temos certeza de que não era isso que o filósofo desejava.

Olinda, 01.06.23

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